tag:blogger.com,1999:blog-53403612943721009312024-02-07T00:27:41.740-08:00Blog da MuriMeu diário on line.Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.comBlogger36125tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-63656218197745317972012-12-12T03:39:00.000-08:002012-12-12T03:39:16.181-08:00A boa notícia de todos os meus dias
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<br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Aluna nova? Sim, eu vim
transferida da Alfa, de Goiânia.
</span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">As aulas da Alfa eram
mais dinâmicas, os professores eram mais bem preparados, a estrutura
física dava show nessa daqui e até a água vendida na cantina não
era tão boa quanto a de lá. Então por que vir pra cá, poxa? Por
que não voltar pra bendita Alfa? A aluna nova me dava nos nervos...
Mal sabia eu que o fato de ela estar ali, sentada ao meu lado, fazia
parte do mais lindo e inquestionável projeto de Deus. Com o passar
do tempo, nós duas descobrimos que Papai do céu se referia a mim
quando disse que havia preparado alguém para recebê-la aqui. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Nossa primeira aula foi
de Fotografia. Era dia de apresentação de trabalho prático e me
lembro de ouvi-la reclamar e soltar um “tá bão até essa
chatice”, ou algo parecido. Minha atenção se dividia entre a
ansiedade, por ser a próxima a apresentar, e o exercício de
observar a novata, que tagarelava o tempo todo. Logo, minha
preocupação ganhou um novo alvo... Ela se juntou a outros colegas
(que até então eram seus desconhecidos), matou aula e foi pro bar
que ficava bem próximo dali. Não entendia porque aquilo me
incomodava tanto, já que eu não tinha nada a ver com ela. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Se eu fosse movida pela
religiosidade, talvez já teria imposto a mim mesma uma regra naquele
momento: “ela não serve pra ser minha amiga”. Acontece que eu
sou movida pelo amor de Deus e pelo sangue de Jesus que corre em
minhas veias e o fato de uma pessoa não compartilhar dos mesmos
costumes que eu não a torna pior, nem me torna superior. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Com o passar dos dias,
a verdade foi sendo revelada por si só, sem que ela precisasse se
justificar ou me provar algo. Eu descobri que ela era doce, sensível
e temente a Deus, apesar de tentar mostrar o contrário o tempo todo.
Era do tipo legal que se fazia de malvada, sabe?</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Começamos o nosso
primeiro estágio e consequentemente o primeiro trabalho jornalístico
juntas. Dividíamos não apenas a sala de aula e de trabalho, mas
confidências e sonhos. Nem sei explicar como de fato isso aconteceu,
mas nós nos tornamos amigas, melhores amigas, mais que melhores
amigas, irmãs. Soube do chamado de Deus em sua vida e entendi porque
sofria por vê-la tomar certos caminhos, mesmo sem conhecê-la até
então.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Adotei minha nova irmã
em oração, e mais... Pedia a Deus pra que ela nunca precisasse de
mim sem que eu soubesse. Foram raras as vezes em que ela realmente
precisou de mim... Minhas teorias sobre a vida e os relacionamentos
pareciam tão infundadas diante de sua praticidade. Aprendi a amá-la
exatamente como ela era: totalmente avessa aos padrões
pré-estabelecidos (regras), dona de uma simpatia seletiva que é só
dela, e um pouquinho egoísta quando se trata das pessoas a quem ama.
Aquele imenso coração, travestido de marra, me cativava dia após
dia. Ela conquistou minha confiança de tal forma que foi uma das
primeiras pessoas que conheceram minha história sem censura e sem
cortes. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Mas era fácil me amar
quando eu parecia tão interessante, feliz, resolvida, cheia de
planos. Acontece que o amigo de verdade permanece conosco ao conhecer
nossas fraquezas, e foi exatamente isso que ela fez, com um amor tão
altruísta como nunca vi igual. Ela me abraçou, me amou nas minhas
fragilidades, me aceitou sem questionar, sem cobrar, sem perguntar
por que nem pra quê. Ela esteve aqui nos meus piores dias, quando eu
não queria sorrir, quando não acredita mais em nada (nem em mim),
quando não tinha vontade nem de levantar e viver.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Me lembro da mensagem
que me mandou... Era algo assim: “irmã linda, meu coração tá
doendo taaaanto por você e eu queria poder te poupar de passar por
isso. Chore, sofra... É preciso. Te amo muuuuuito”. A essas
alturas, eu já havia recebido a pior notícia que ouvi em toda minha
vida. Ela soube antes de mim e sofreu ao imaginar minha reação. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">“Irmã, tragédia não
tem hora pra acontecer. Mas não podia ter sido agora. Justo agora”!
Ela não se conformava... E eu, muito menos. Havíamos acabado de
começar nosso trabalho de conclusão de curso, para o qual
deveríamos voltar nossas atenções, finais de semana e feriados. Me
lembro de quando ela me ligou pedindo pra eu ajudar em algo no
trabalho... Poucos dias depois da tragédia. Me lembro do sofrimento
que percebi em sua voz embargada e imaginei o quanto ela tinha
ensaiado pra fazer aquela ligação, com medo de me ferir. A
confiança que existe entre nós não me permitiu pensar, nem por um
momento sequer, que ela estava sendo insensível à minha dor. Eu
sabia que ela estava sofrendo tanto quanto eu, ou até mais, naquele
específico momento.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">A partir de então,
vivi os nove meses mais difíceis da minha vida. E eu tenho certeza
que se não fosse por ela, pelo Projeto dos Sonhos, pelo Hospital do
Câncer, eu não teria conseguido. Por incontáveis vezes, paramos as
atividades relativas ao trabalho, mesmo estando este atrasado, só
pra ela me acalentar, enquanto eu chorava incontrolavelmente sobre
seu colo tão acolhedor. Quantas crises, quantas ligações
desesperadas, quantas visitas inesperadas só pra chorar e contar a
mesma história um milhão de vezes. E ela sempre me recebia com o
mesmo sorriso choroso, com o mesmo abraço forte e reconfortante.
Sempre ouvia a mesma história com a mesma atenção e o mesmo
interesse, como se eu a estivesse contando pela primeira vez.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">“Irmã, fica boa
logo... Tô precisando entrar em crise também, e com você desse
jeito, não vai rolar”. Só ela conseguia me fazer rir, conseguia
se anular em prol do meu bem-estar, conseguia fazer as coisas
parecerem mais fáceis. Eu colocava dificuldade em tudo, estava
desmotivada e não conseguia enxergar solução. E ela, sempre muito
prática, inventava e reinventava métodos pra derrubar os muros que
criei em volta de mim mesma, em volta do nosso TCC e do momento pelo
qual passava. Tempos depois, me confessou que não considerava a
situação tão fácil assim, mas não podia se dar ao luxo de
demonstrar desespero diante da irmã tão fragilizada. Que amor
altruísta, meu Deus. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Ela, como ninguém,
entendeu, respeitou e se preocupou com o poder avassalador que um
diazinho de todo mês exercia sobre mim e sempre me preparava uma
“boa notícia do dia 16”, pra fazer com que eu canalizasse minhas
emoções em algo bom. Me lembro de esperar ansiosa pela ligação
dela. Os minutos que antecediam o anúncio da novidade pareciam
eternos e enchiam meu coração de esperança. Não bastasse isso,
ela sempre se preocupou também com outro dia. Além do dia 16, havia
outro que de igual modo me amedrontava, e só ela foi capaz de
perceber esse detalhe. “Irmã, o dia 10 me faz sofrer tanto quanto
o 16, porque eu me pergunto se você vai conseguir pagar suas
contas”. É... Não foi fácil assumir, da noite para o dia,
responsabilidades financeiras que antes eu não tinha. Mas eu, minha
mãe e minha irmã não estávamos sozinhas. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Muitas aventuras,
lágrimas, sorrisos e testemunhos foram os frutos dos nove árduos
meses de trabalho. No tão esperado dia da apresentação, estávamos
nós duas de mãos dadas, recebendo os aplausos da platéia. Nunca
vou me esquecer de um detalhe muito importante... Ela, merecidamente,
tirou a maior nota do grupo, como se fosse um presente de Deus, um
troféu de honra ao mérito. Por mim, ela teria obtido pontuação
acima da média, por ter se desdobrado e me suportado durante todos
aqueles dias maus pelos quais passei. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Mais nove meses, e lá
estávamos nós duas de novo, recebendo aplausos do público. Dessa
vez, abraçadas na passarela, sendo diplomadas como jornalistas.
Aliás, um diploma que devo a ela, porque teria desistido ao primeiro
sinal de desânimo, se não fosse sua insistência em me fazer
permanecer de pé.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Mal deu tempo de
recuperar o fôlego e lá estávamos eu e ela, entregues àquele
abraço que nos revitaliza simultaneamente, dissipando todo
sentimento avesso ao contentamento. Ela disse “sim”. Mas não foi
a única. Eu também o fiz. Disse “sim” ao convite para passar da
condição de amiga-irmã para amiga-irmã-madrinhadecasamento. A
aliança em sua mão esquerda me fez tremer e pensar no quanto
amadurecemos desde a nossa primeira aula juntas. Agora minha irmã é
uma jovem senhora. Por mais que o natural seja as coisas mudarem após
o matrimônio, pra mim elas permanecem como sempre estiveram: tenho
um lugar seguro no qual me abrigar em tempos de tempestades, ainda
posso recorrer ao colinho dela e de quebra sou sempre recebida com a
melhor jantinha do mundo. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">E aí eu me pergunto se
um dia vou conseguir retribuir a tanto amor, tamanho cuidado,
dedicação sem reservas, preocupação de mãe e atenção altruísta
que ela sempre dispensou a mim. O amor é válido quando nos
transforma no melhor que podemos ser, e a Lidi fez isso em mim, me
ensinando a dizer “não” quando necessário (e comemorando a
primeira vez que o fiz como se eu tivesse recfebido um prêmio Esso
de Jornalismo), me tirando medos, me ajudando no caminhar, mesmo que
a passos lentos. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Irmã linda, minha
oração é para que você receba das mãos do Senhor aquilo que lhe
é devido, de acordo com o seu plantio, tendo a convicção de que,
pelo menos quanto a mim, você vai colher muitos e bons frutos. Te
admiro como profissional, como amiga, irmã, madrinha, filha, prima,
neta, sobrinha, esposa e terapeuta. Não sei dizer o que seria de mim
sem você, minha rebelde intelectual preferida. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Quero que meus filhos
tenham sempre a casa da tia Lidi pra passar o fim de semana (mas não
deixa o Fabrício ensinar bobeira pra eles, por favorrr!). E é claro
que a recíproca é verdadeira. Você faz parte de mim e eu te amo
muito, muito mesmo. Feliz niver!
</span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-91682311514692210332012-10-03T07:13:00.000-07:002012-10-03T07:13:36.010-07:00Querido blog, quanto tempo!<!--[if gte mso 9]><xml>
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<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Já
não nos falamos há seis meses e devo confessar que não tive tempo de sentir sua
falta... Perdoe-me pelo ímpeto sincericida, mas precisamos discutir nossa
relação com certa urgência, porque não somos mais os mesmos. Desde que nos conhecemos,
você tem sido um ótimo ombro amigo, sobre o qual depositei minhas lástimas e
temores. Mas agora é diferente...</span></div>
<span style="font-size: small;"><br /></span><div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Me
preocupei outro dia quando um amigo me disse algo. “Quando quero saber como
você está, visito seu blog”. Sim, querido blog, você é meu porta-voz (letra)...
Uma espécie de termômetro do meu estado de espírito. Por isso, preciso gritar
(escrever) aos quatro cantos como estou bem. Sei que ando em falta contigo,
pelo fato de tê-lo usado como muro das lamentações e não ter voltado pra contar
que as lágrimas cessaram. </span></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Nos
últimos meses, muitas coisas aconteceram. Algumas das datas mais importantes da
minha vida passaram sem que eu pudesse postar aqui um relatório pra te deixar a
par das novidades, como, por exemplo, minha formatura no curso de Jornalismo e
o casamento da Lidizinhaminhavida. Sim! Não se assuste... Sou jornalista e a
Lidi é uma senhora agora (além de ser jornalista também, claro).</span></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">O
pequeno príncipe Otávio completou seu primeiro aninho e esse fato marcou uma
nova etapa da minha vida. Você sabe que ele foi minha válvula de escape quando
tudo aconteceu... E por falar nisso, tenho uma GRANDE NOVIDADE. Não estou mais
de luto, querido diário. A saudade e o amor não vão acabar, mas o luto foi
embora assim que me deixei entregar a um sentimento puro e verdadeiro, o qual
me curou, libertou, vivificou. O amor do homem da minha vida me fez ver que
ainda posso (e vou) ser muito feliz, ser inteira, ser completa. O meu príncipe
(o grande) me tirou da escuridão das lástimas. Hoje eu sou, definitivamente,
outra pessoa.</span></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Permita-me
contar como a mudança foi efetivada. Dia 16 de março de 2012... Um ano. Data
temida, rejeitada pelo meu coração. Se eu não tivesse o Alysson, o cuidado e o
amor dele, não sei se sobreviveria. Mas Deus conhece meus limites e tratou de
cuidar de todos os detalhes.</span></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Hoje,
quase sete meses depois, consigo ainda me lembrar perfeitamente daquele
fatídico dia. Minha mãe entrou em crise... Se abraçou às roupas que sobraram e
chorou compulsivamente, ouvindo “O Escudo” durante todo o dia. Minha irmã se
isolou no quarto e sofreu à sua maneira. Eu já não suportava a tristeza que
notoriamente pairava ali. Em um instante de fraqueza (ou de força, não sei),
tomei a estrada e fui pra Acreúna, sozinha e sem contar nada a ninguém. </span></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Voltei
ao local do acidente e lá permaneci por algum tempo, chorando e desabafando com
Deus. Foi um dos momentos mais difíceis da minha vida... Confrontei a cruz, os
dizeres gravados e o bendito (maldito) dia 16. Ali, querido diário, rasguei meu
coração e sepultei meu pai, de uma vez por todas. Já fazia um ano e ele
permanecia vivo em mim, mais vivo que eu mesma. Pensava nele e chorava todos os
dias (sem exceção) desde que tudo aconteceu. Devo esclarecer que não se trata
do sepultamento do esquecimento. Ele jamais será esquecido. É o sepultamento da
entrega. Entreguei o corpo, a alma e o espírito dele a Deus, como deveria ter
feito há muito tempo. Tinha que fazer isso. Tinha que aceitar que ele estava
morto. É... Essa é a palavra, que até então eu não conseguia pronunciar... Meu
pai estava, está e estará morto pra essa vida. Pela primeira vez, voltei ao
cemitério e me certifiquei da verdade que buscava esconder de mim mesma... O túmulo
dele estava lá. O consolo naquele momento foi a certeza de que sua alma
descansa no Papai do Céu. </span></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">No
mesmo dia em que sepultei um pai, ressuscitei outro... Aquele que o Senhor
escolheu pra ser o meu, aquele de quem herdei tantas coisas, física e
pessoalmente falando. Meu pai Cairo, com quem tinha um relacionamento
conflituoso até então, passou a fazer parte da minha vida, de fato, desde
aquele dia. Eu errei muito com ele, o magoei, me fiz de vítima, ainda que
inconscientemente. Fui confrontada ao ouvir a verdade sobre mim mesma e cresci,
aprendi e abracei minha nova família (meus irmãos, a quem tanto amo, meu pai,
minha madrasta)... Eles são bênçãos na minha vida, são parte de mim, são minha
história, meu testemunho. Hoje sou feliz em tê-los na minha vida, como deveria
ser. </span></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">É...
As coisas estão se acertando. Hoje eu sou mais forte, mais madura. Hoje eu vejo
beleza na vida, como via antes. Acredito de novo na felicidade, na plenitude, na
completude. O ano de 2012 tem sido incrível. A propósito, acabei de realizar mais
um sonho. Apesar de tê-lo abandonado por um tempo, querido diário, parei um
pouquinho a minha agitada rotina com a volta ao trabalho após uma viagem
internacional pra te contar as novidades. Sim, internacional. Visitei Paris,
Bruxelas e Amsterdam. Viagem linda e inesquecível, porém incompleta, pela
ausência do meu amor, que, aliás, tornou-se tão meu que é insuportável pensar
em não tê-lo por perto. Em Paris (sozinha, infelizmente), comemorei nosso aniversário
de sete meses de namoro e foi impossível não associar o número à perfeição de
Deus.</span></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Aqui
está um relatório dos últimos meses. Estou surpresa pelo fato de ter conseguido
resumir graciosamente minha vida em poucas linhas. Quando conseguir reorganizar
meus horários e atividades, posso dar detalhes a respeito de alguns
acontecimentos importantes, como minha formatura, por exemplo, que foi
inesquecível. Posso falar minuciosamente também sobre o casamento da Lidi.
Sobre a viagem então... Posso escrever um livro. Posso... Tá bem. Vou parar por
aqui. Foi bom falar contigo. Mando notícias assim que possível. Trouxe um
teclado novo de Paris pra você, tá bem?</span></span></div>
<div align="right" style="line-height: 150%; text-align: right;">
<br /></div>
<div align="right" style="line-height: 150%; text-align: right;">
<br /></div>
<div align="right" style="line-height: 150%; text-align: right;">
<br /></div>
<div align="right" style="line-height: 150%; text-align: right;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Sua amiga, Muriele.</span></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd_el3xRbTAPehnArY61yKf_1RmIzm5MYDJxKKxZ-YjYNjif2p8ZzuO0q56sM-TUnLnMGmgPU_LjvF1HZlE6S6JNBDjUa2faAIJM5MP_m3-3tx0ONBjIgsi8YtXWWsu2tN9KA1-Fahhcs/s1600/DSC06465.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="446" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd_el3xRbTAPehnArY61yKf_1RmIzm5MYDJxKKxZ-YjYNjif2p8ZzuO0q56sM-TUnLnMGmgPU_LjvF1HZlE6S6JNBDjUa2faAIJM5MP_m3-3tx0ONBjIgsi8YtXWWsu2tN9KA1-Fahhcs/s640/DSC06465.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-85668454638244359692012-04-04T07:08:00.000-07:002012-04-04T07:08:29.728-07:00Nova estação<!--[if gte mso 9]><xml> <w:WordDocument> <w:View>Normal</w:View> <w:Zoom>0</w:Zoom> <w:TrackMoves/> <w:TrackFormatting/> <w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone> <w:PunctuationKerning/> <w:ValidateAgainstSchemas/> <w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:DoNotPromoteQF/> <w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:Compatibility> <w:BreakWrappedTables/> <w:SnapToGridInCell/> <w:WrapTextWithPunct/> <w:UseAsianBreakRules/> <w:DontGrowAutofit/> <w:SplitPgBreakAndParaMark/> <w:DontVertAlignCellWithSp/> <w:DontBreakConstrainedForcedTables/> <w:DontVertAlignInTxbx/> <w:Word11KerningPairs/> <w:CachedColBalance/> </w:Compatibility> <w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> <m:mathPr> <m:mathFont m:val="Cambria Math"/> <m:brkBin m:val="before"/> <m:brkBinSub m:val="--"/> <m:smallFrac m:val="off"/> <m:dispDef/> <m:lMargin m:val="0"/> <m:rMargin m:val="0"/> <m:defJc m:val="centerGroup"/> <m:wrapIndent m:val="1440"/> <m:intLim m:val="subSup"/> <m:naryLim m:val="undOvr"/> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
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<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br />
</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Eu sentia que algo bom estava pra acontecer, que uma nova estação acenava pra mim, toda sorridente, pedindo licença para se instalar. Tinha que ser assim... Ou eu não suportaria os ventos impetuosos e o frio causticante do rigoroso inverno que perdurava até então. O mês de fevereiro trouxe consigo a promessa de boas novidades... Afinal, o Congresso estava se aproximando. Sim, aquele Congresso... Aquele mesmo do ano passado...</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">A minha oração era exatamente essa: “faça-me viver um novo tempo, Senhor”. Porém, mesmo não tendo nada além de um sonho e uma inesgotável fé, não imaginei que Papai do céu fosse levar minha oração ao pé da letra tanto quanto o fez. Ainda em janeiro, enfrentei a pior crise de fé da minha vida. Não vem ao caso explicar, mas eu me vi em meio a situações para as quais, humanamente, não havia solução. Lembro-me bem do dia 24, quando, estando ainda de joelhos, recebi uma ligação como sinal de que o melhor estava por vir. Era a Lidi... “Princesa, a deusa da minha alegria”... Após cantarolar a música que ela mesma definiu como sendo minha, disse empolgadamente: “tenho uma ótima notícia pra você, irmã linda”! Foi realmente uma notícia maravilhosa, melhor do que pensei em um primeiro momento. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">No mesmo dia, pouco tempo depois, outra ligação... “Minha filha, você está bem?” Era o Pastor Silvano, um amigo que tenho em Acreúna. Não, eu não estava bem. Aliás, nunca estive tão mal desde março do ano passado. Disfarcei o tanto quanto pude e ele continuou... “Deus me mandou fazer uma campanha de 21 dias de jejum e oração por você. Vamos fazer isso juntos?” Como é bom ter amigos que entendem nossas lutas no âmbito espiritual, que não tiram conclusões a nosso respeito sob influência do estereótipo. “Claro, Pastor, claro”. No outro dia, começou a batalha espiritual e, por mais que meu coração tenha se enchido de fé, não imaginei que Deus fosse empreender tamanha mudança em minha vida. Gosto de pensar que Ele olhava pra mim e dizia: “você não queria um novo tempo, filhinha? Então se joga”! </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">No dia 04 de fevereiro, eu, Lidizinha e Fabrício lindo fomos até Goiânia, na casa da tia Márcia. Nem se eu quisesse, conseguiria me esquecer daquele final de semana. Voltei outra pessoa, determinada, tão cheia de coragem que mal podia me reconhecer. “Muri, se você não tentar ser feliz, nunca vai saber se daria certo ou não”. Eu acreditei nisso... Tanto que, 20 dias depois, decidi arriscar... Um maravilhoso risco, diga-se de passagem. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Enquanto isso, o conflito na minha casa se intensificava (não de pessoas, mas de idéias). Minha mãe e minha irmã queriam voltar para Acreúna e isso me preocupava muito... Como lidar com um turbilhão de emoções e responsabilidades se a ele fosse acrescentada a ausência da minha família? Sob influência do desejo de fazer as duas felizes, eu não percebia que estava sendo egoísta, atando-as a mim sem que elas desejassem permanecer ao meu lado. Não por falta de amor, gratidão ou qualquer coisa do gênero, mas porque, mesmo me amando, elas simplesmente não se adaptaram à nova vida, à nova cidade e à nova condição (viúva e órfã, respectivamente). Portanto, decidi deixá-las livres. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">A campanha de oração com o Pastor Silvano encerrou-se no dia 15, em uma quarta-feira, e, surpreendentemente, no outro dia (16, diga-se de passagem), tudo à minha volta começou a sofrer um processo de transformação. Fiz um compromisso com Deus ainda na quarta, dia 15, e entreguei minha mãe e minha irmã em Suas mãos, deixando de olhar para minha vontade de tê-las por perto e confiando que, à medida que a vontade de Deus fosse feita, elas seriam felizes o tanto quanto pudessem. Eu estava preparada para a idéia de que isso poderia acontecer fora do alcance dos meus olhos. Na quinta-feira, durante o culto, reafirmei meu propósito de entrega e, no outro dia, veio a resposta. Minha irmã estava em Acreúna e, ao voltar pra casa, disse decididamente: “não quero mais me mudar pra Acreúna. Quero ficar aqui, estudar e ser feliz”. Mal podia acreditar no que estava ouvindo. É claro que minha mãe, influenciada pela decisão da Lorrane, escolheu ficar também. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">“Quanto vale algo bom sentir, quando só o mal parece vir?” Essa frase nunca fez tanto sentido pra mim quanto no dia 16 de fevereiro, que, definitivamente, marcou de forma positiva minha vida. “Tenho algo engasgado na minha garganta... Talvez seja cedo dizer. Quanto tempo esperando... Mas se há tempo para todas as coisas, já é tempo”. Tá... Essa é outra história. É claro que terei o prazer de contá-la, mas não agora. O que posso dizer é que assisti, como se fosse expectadora de mim mesma, a luta inútil que meu coração travou para não deixar-me apaixonar por uma pessoa que não obedecia às minhas regras idiotas. Aplaudi de pé quando a pseudo razão perdeu a batalha, e a alternativa que me restou foi entregar-me, aceitar que estava apaixonada. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">O Congresso da UMADERV aconteceu entre 18 e 21 de fevereiro. O que vivi e aprendi nesses dias vai ficar arquivado da caixa das lembranças por muito tempo, senão por toda a vida. Aliás, fevereiro de 2012 será um mês memorável pra mim. No dia 25 eu disse “sim” pra mim mesma e pra uma pessoa que tem me surpreendido dia após dia. “Sim, Muriele, ele é o que você quer. Então se joga”. As regras? Elas são circunstanciais... Mudam na medida em que o tempo passa, de acordo com o nosso nível de amadurecimento. Acho que Deus sorriu pra mim quando eu decidi quebrar as minhas normas... Obedecendo aos princípios Dele, claro. Nem preciso dizer o quanto os meus dias têm sido felizes desde então... O Alysson é, definitivamente, a combinação do que sou com o que falta em mim. Eu havia mencionado anteriormente que o nome dele é Alysson? Não? Poisé... O nome dele é Alysson. Prazer.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Como novidade pouca é bobagem, logo em seguida, no dia 27, comecei um trabalho novo, em uma área na qual sempre quis atuar. Fui contratada para compor a equipe de assessoria de imprensa da Usina Salto do Rio Verdinho, do Grupo Votorantim. Creio eu se tratar do maior desafio profissional que já enfrentei até agora e espero que seja uma mola propulsora pra minha carreira jornalística. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">É... Acho que Papai do céu entendeu bem o recado... “Uma nova estação depois do congresso, meu Deus, por favor, por favor”! E por que, necessariamente, depois do congresso? Porque foi, exatamente, depois do congresso do ano passado, que começou um novo tempo na minha história. O pior de todos, diga-se de passagem. Mas agora eu não quero falar do que passou... Porque meu futuro está depositado em Alguém cujo amor por mim supera o tamanho da minha dor e das más lembranças. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><i><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">“Flores de maio (fevereiro?), sol de verão... A primavera está chegando, é o fim da solidão. O pardal encontrou casa e a andorinha ninho para si... E eu os Teus altares. Nuvens e raios sobre o sertão... Avisa lá que está chovendo, é o fim da sequidão. Diz ainda que a gente conseguiu sobreviver à dor e Deus mandou a chuva. Primavera e verão, no outono ou inverno, então, o Senhor é o meu Pastor. Na alegria e na dor, eu confio em Ti, Senhor... Nada vai me separar do Teu amor”.</span></i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; tab-stops: 237.85pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"></span></div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-30607555591053862532012-02-28T06:34:00.001-08:002012-02-28T16:21:21.050-08:00Minha princesa (by Lidiane Guimarães)<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A Lidizinhaminhavida havia prometido escrever um texto sobre mim há muito tempo. Recusando-se a entregá-lo enquanto eu não estivesse mais “felizinha”, essa minha irmã mais velha o fez chegar em minhas mãos como um presente, no dia do meu aniversário. Aliás, foi por causa dele que dormi com o rosto banhado de lágrimas no dia 19... Não de tristeza, claro que não. Ela sabe como tocar meu coração e promover a cura pra minha alma! :’)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Quando criança, ela sonhava com os contos de fadas, acreditando piamente que, quando crescesse, conheceria o príncipe encantado, enfrentaria a bruxa malvada e seria feliz para sempre. O tempo passou e a minha princesa percebeu que o mundo não é exatamente cor de rosa. Mas isso não quer dizer que ela não pode ser feliz como as princesas que um dia almejou ser! Aliás, ela tem muito em comum com aquelas princesas dos contos de fadas. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Vejamos... Uma princesa em sono profundo, que espera um príncipe encantado para desperta-lá com um beijo provindo de um amor verdadeiro. De fato, a Bela Adormecida poderia ser um clone da minha princesa. Uma diferença gritante da minha majestade é que ela jamais conseguiria transformar o sapo em príncipe. Portadora de sapo fobia, ela rejeita qualquer passeio se sonhar que tem algum anfíbio no caminho. Princesas modernas são assim, cheias de medos e traumas. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">De fato, ela também tem algumas afinidades com a Cinderela. Minha majestade já ficou na janela, chorando e orando muito. Também já foi a uma festa vestida como uma rainha. Entretanto, ela ainda não conseguiu dançar com um príncipe. Mas tem um sapatinho de cristal. Na versão masculina, muitos rapazes disseram ser os donos do sapato, mas o pé de nenhum deles se encaixou no objeto até o momento. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Branca como a neve, com os cabelos negros como o ébano e os lábios vermelhos como o sangue. Fisicamente elas não se parecem, mas a beleza da minha princesa certamente também enfeitiçaria o espelho mágico da madrasta. Ambas tiveram os sete anões apaixonados. Chapeuzinho vermelho é uma garota alegre e prestativa, assim como a minha princesa. Contudo, a minha majestade jamais conseguiria atravessar o bosque com uma cesta cheia de guloseimas. Aposto que faria um piquenique na floresta e iria se deliciar com a comidinha da vovó sozinha. Ela é verdadeiramente uma gulosa.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Minha princesa seguiu os caminhos da Rapunzel. Também foi trancafiada numa torre alta, sem portas ou escadas. A diferença é que a minha nobre desconhecida não tem sua torre feita de tijolos... Sua morada é construída pela fé. Uma construção também forte e sólida, mas que a afasta daqueles que não têm a coragem para pedir que ela jogue as tranças. Por medo ou respeito, talvez. O fato é que sempre que ela ouviu algum pedido, imediatamente jogou as tranças. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Minha majestade não tem sua vida publicada em nenhuma obra. Porém já é bastante conhecida e famosa. Um reconhecimento que é fruto do seu trabalho. Sim, a minha princesa trabalha e trabalha duro. Tem uma facilidade ímpar de conciliar tarefas, consegue ter tempo para a família, amigos, faculdade, trabalho e especialmente para Deus. Ela já percebeu o mundo com todas as suas cores, e entendeu que até o dia cinza é importante para crescer. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Minha princesa sabe que o príncipe encantado existe, mas ainda não achou a forma, tamanho e número exato. Ela quer ser feliz por toda a eternidade e nos ensina a levantar depois do tombo, nos mostra que não dá para sorrir o tempo todo, no entanto o choro não é nada comparado às felicidades da vida. Ela busca dentro de si todas as expectativas de infância e as traz novamente à superfície... Porque... Os contos de fadas? Existem, sim. E essa princesa se chama Muriele Silva. Feliz do autor que conhecer sua história. </span></div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-73860084036650537282012-02-28T06:04:00.001-08:002012-02-28T16:20:42.741-08:00Notícias do meu filho Lukas no céu (by Caio Fábio)<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">No dia 11 de janeiro, quando meu pai completaria seus 44 anos, recebi o texto abaixo, de uma amiga linda que muito tem me abençoado. Obrigada, Loo! :') </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É sempre estranho imaginar que um filho seu já viveu mais que você, o pai. É assim que me sinto acerca do Lukas, meu filhote, e que hoje faria 30 anos de idade se ainda andasse por este planeta; ou seja: neste pobre tempo/ espaço/ 2012.</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Sim, porque ele não viveu em nada mais do que eu, tendo partido deste mundo aos 22 anos de idade; e, portanto, há oito anos —; embora, pelo fato de ter atravessado a morte, de imediato já tenha vivido infinitamente mais do que eu viveria em bilhões de anos de existência planetária.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E mais: já amadureceu mais do que eu; sendo meu preceptor em outra dimensão; tendo se tornado infinitamente mais maduro do que eu; e muito mais do que isto: conhecendo tudo o que eu nem suponho como seja conhecer.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Assim, em Cristo, pela morte — que virou porta dimensional apenas —, seu filho se torna seu pai, seu irmão mais velho, seu superior na dimensão espiritual, seu antecessor no espírito, sua testemunha de fé na Assembléia dos Primogênitos arrolados nos céus, em glória!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu estou aqui em baixo; vivendo as ambiguidades e ambivalências deste existir; ainda tangido pelas forças banais da vaidade que acontece debaixo do sol. Ele, porém, transcendeu a tudo isto; e, em Cristo, já sabe, já conheceu e já provou o que eu mesmo não tenho nem como alcançar imaginar.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Aqui estou mais velho oito anos, e, no coração, até mais ainda [...]; isto também pelo choque da doce partida dele. Sim, fiquei mais velho do que sou; mais idoso; mais forjado em uma forma de dor que me era desconhecida. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ele, porém, está eternizado; está celestializado; está plenificado como a plenitude possa ser antes da ressurreição do corpo... Sim, ele não passou ainda pela ressurreição do corpo, embora já esteja ressuscitado, conforme a promessa que diz: “<i>Aquele que crê em mim, ainda que morra [no corpo], viverá; e todo aquele que vive [no tempo/ corpo] e crê em mim, não morrerá eternamente</i>”. E isto foi dito de modo precedido pela declaração: “<i>Eu Sou a Ressurreição e a Vida</i>.”</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Portanto, em tal contexto, a ressurreição do corpo — e que de fato acontecerá — passa a ser algo de natureza escatológica/ pedagógica; posto que estar-já-sendo em Cristo na eternidade seja a consumação antecipada de todas as coisas.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O Lukas atemporal e eternizado na celestialidade não é meu filho; é meu irmão; é meu [...] sem que me pertença; assim como eu sou dele, sem que, todavia, lhe pertença. Quando eu o encontrar, nos fundiremos em um amor que não vale tentar descrever a fim de não empobrecer; mas sei que não será nada como os afetos marcados pelo pertencimento animal determinam. Será algo como <b><i>abraçar em Jesus</i></b>; algo como se interpenetrar no amor absoluto; sem palavras; sem “lembra?”; sem “e como estão?”; sem temporalidade alguma; embora tudo seja dito sem perguntas e sem questões; sim, tudo seja pra além do aqui... E do aquém!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ele já está lá; já sabe como é de fato tudo o que eu pobremente apenas cogito... Sim! Meu filho já é! Eu ainda estou sendo e tentando ser! <i>Entre</i> [<b><span style="color: red;">†</span></b>] <i>tanto </i>— [sim; entre<i> </i>o tempo e a eternidade] —, como é bom saber que meu filho já passou; já entrou; já conhece; já é; já alcançou!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Este é meu maior galardão como pai: ter um filho que me precedeu na ressurreição dos mortos; ainda que a ressurreição do corpo não tenha acontecido na história como fenômeno coletivo —; embora, também na história, a ressurreição de Jesus já seja a Escatologia Realizada de todas as ressurreições.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><i><span style="color: red;">NELE</span></i></b>, em <i>QUEM </i>meu filho não sente mais saudades de nada e nem de ninguém [...] —, eu completo pela fé a minha felicidade de amor verdadeiro, que se alegra com os que se alegram, inclusive com a cogitação da alegria eterna da ressurreição na qual meu Luk-Luk já entrou.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Caio Fábio (10 de janeiro de 2012, Copacabana – RJ).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><br />
</div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-65395641101372711172012-02-28T05:25:00.001-08:002012-02-28T16:16:40.653-08:00A trilogia e o Senhor dos meus dias<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu já sabia que no primeiro ano tudo seria mais difícil. Primeira páscoa, primeiro dia dos pais, primeiro Natal, primeiro ano novo, primeiro aniversário dele, meu primeiro aniversário... Estas duas últimas datas ainda tinham, entre si, o dia 16, no qual a saudade completava 10 meses. </span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pois bem, a trilogia 11, 16 e 19 parecia determinada a causar dilaceramento. É inevitável lembrar o que aconteceu em seu último aniversário (como tenho feito com outras datas igualmente importantes). Pela primeira vez na vida, desde que eu me lembre, esqueci de ligar no dia do aniversário dele, no ano passado. Logo eu, que sou tão atenciosa com essas datas, e logo aquele aniversário, que seria o último...</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tentei corrigir o imperdoável erro no dia seguinte e o celular estava fora da área de cobertura. Lembrei-me que ele estava no Mato Grosso, especificamente em um lugar no qual não havia antena para telefonia móvel. Sendo bem sincera, foi um grande alívio. Pelo menos eu não sentiria culpa e ele não saberia, nunca, que eu havia me esquecido. Dói dizer isso, dói maquiar o desconforto... Eu poderia simplesmente contar uma linda história, surreal, porém inocente, daquele aniversário. Mas, dessa forma, não poderia oferecer cura aos que sofrem com lembranças parecidas. Por que me martirizar por conta de um único dia, se todos os demais da minha vida, e Deus sabe do que estou falando, foram dedicados a fazê-lo se sentir bem, a amá-lo incondicionalmente, a respeitá-lo e dar orgulho a ele? Mais uma vez, tive a oportunidade de praticar uma importante lição aprendida há algum tempo: não posso ser tão dura comigo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Na época em questão (depois do meu aniversário, que é no dia 19 de janeiro) estavam sendo realizados os pré-congressos na minha igreja. Pra quem desconhece completamente o assunto, trata-se de cultos em todas as congregações pertencentes ao templo Sede; cultos esses que têm o intuito de divulgar o nosso mais importante congresso de jovens, que acontece sempre no período do carnaval. Por motivos bastante específicos e, juro, não óbvios, eu havia feito um compromisso de participar de todos os pré-congressos e ensaios do conjunto e, para tanto, ficaria o tempo que fosse necessário sem ir até Acreúna. Vale destacar que, até então, eu não conseguia ficar um fim de semana sequer sem ir pra lá... Nunca consegui cortar o “cordão umbilical” e sentia a necessidade de sempre estar com a minha família.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Certo dia minha mãe ligou me intimando a ir pra Acreúna, sob a alegação de que faríamos uma festa surpresa pro meu pai. Foi difícil tomar a decisão de atender ao pedido dela, já que eu havia feito um compromisso com Deus. Mas meu Papai do céu não é um ser tirano, rígido, inflexível... Ele é maleável e só precisa que nos aproximemos com intimidade, sem medo, sem reservas. Tudo o que nos cerca é espiritual, mas não podemos espiritualizar tudo. Eu tinha a convicção de que Deus entenderia o quanto era importante pra mim ver o meu pai naquele momento. Eu sabia que Ele ficaria muito feliz em me ver em casa, com minha família, naquela específica ocasião.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu, Naná e Lorrane compramos os presentes de aniversário do meu pai. Uma calça, um cinto e uma camiseta, os quais ele mal usou... Preparei um discurso impecável para o momento da entrega, mas nada aconteceu como planejei. Lembro-me de vê-lo chegar sujo do trabalho e, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, minha irmã entregou os presentes pra ele, que os recebeu com um sorriso imenso, uma mescla de gratidão e orgulho das filhas adultas, ou quase isso. “Lorrane, não era pra entregar agora e também não era pra entregar o meu e o da Naná”! Eu logo esbravejei. Ele riu da disputa. Eu teria que nascer de novo pra ter outro momento tão significativo quanto aquele. A forma compenetrada como ele me olhou fez parecer desnecessária qualquer palavra. Tudo que eu havia ensaiado pra dizer desapareceu, dando lugar a um sorriso embargado e terno. Eu sei exatamente o que aquele olhar queria dizer... Era a nossa forma mais profunda de comunicação, já que ele tinha dificuldade em expressar seus sentimentos. Eu sei que deveria ter dito muita coisa, mas não trocaria aquele momento de singular intimidade pelo texto que mentalizei. “Muito obrigado”, ele disse sorrindo. Eu acenei com a cabeça e sorri de volta. Foi o último sorriso dele que recebi assim de forma tão particular, tão direcionada. Foi também a última vez que o vi me olhar tão profundamente. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Naquele dia meus pais iriam a um casamento e eu estava ansiosa pra vê-los chegar, por conta da surpresa. Mas quem se surpreendeu fui eu. Na verdade, a festa era pra mim, e minha mãe usou a desculpa do aniversário do meu pai porque sabia que de outra forma eu não iria pra Acreúna. Fiquei feliz e grata aos meus amigos pelo carinho, mas chateada por ter meus planos frustrados mais uma vez... Eu havia sonhado com aquela festa. Fui buscar meus pais na igreja e levá-los para a festa de casamento. Foi a primeira (e última) vez que dirigi sob o olhar cauteloso do meu pai. Lembro-me de perguntar se ele queria dirigir e ficar muito tensa ao ouvi-lo dizer que não, que queria ver como eu estava ao volante. Ele era motorista de caminhão, tão experiente, tão seguro. Eu não imaginava que o fato de dirigir tão bem não seria capaz de livrá-lo da morte pouco tempo depois. Enfim... Ele não me disse, mas acho que me aprovou como motorista, apenas pelo olhar, mais uma vez. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">No dia seguinte, tivemos o nosso último almoço juntos. Foi, sem dúvida, o mais especial de todos. Apenas eu, ele, minha mãe, a Lorrane e a Naná. Ele, pela última vez, manuseou a churrasqueira, algo que gostava tanto de fazer. Acendeu o fogo com álcool e deixou suas digitais sujas de carvão no frasco. Como aquelas digitais me fizeram chorar depois que ele partiu... Eu tocava nelas como se estivesse tocando em suas mãos. Claro que, com o passar do tempo, as marcas desapareceram. As do frasco, não as do meu coração. O fim de semana perfeito chegava ao fim e eu precisava voltar pra casa. Eu tinha 21 anos, meu pai, 43. Tantos planos para o ano que acabara de começar. Planos interrompidos pouco tempo depois.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">No dia 12 de fevereiro voltei em Acreúna para, sem saber, me despedir do meu pai. Na impossibilidade de mudar os projetos de Deus sobre a vida dele, tudo o que eu queria era apenas saber que aquele seria o nosso último abraço. Com certeza eu teria aproveitado mais, me agarrado a ele com toda força que havia em mim, me recusado a soltá-lo, a deixá-lo ir... O mais incrível é que estive lá outra vez, porém ele não estava dormindo em casa, por conta de seu trabalho na fazenda. Sempre que íamos até Acreúna, voltávamos de lá no final da tarde, às seis horas, aproximadamente. Nesse dia, por incrível que pareça, saímos às três da tarde, sem nenhum motivo aparente. Minha mãe disse que ele chegou quarenta minutos depois que saímos e por muitas vezes eu meu perguntei por que isso aconteceu, por que eu não esperei ou por que ele não chegou mais cedo. Depois, entendi que se eu estivesse lá, se tivesse o abraçado naquele dia, eu sentiria o que estava prestes a acontecer. Tenho certeza que sentiria. Acho que Deus quis me poupar de sofrer por antecipação ou evitar que eu orasse pra que Ele não o chamasse pra glória, porque era propósito Dele e tinha que ser assim. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pouco tempo depois, no dia 16 de março, ele me deixou sem ter o cuidado de dizer adeus. Lá estava eu, escolhendo a última roupa que ele usaria na Terra. Isso foi cruel, mas, ao mesmo tempo, gratificante. Peguei a calça nova dele (aquela que eu havia comprado em seu aniversário), uma camisa que ele gostava muito de usar e uma gravata que combinava com a camisa... Gosto de pensar que ele ficaria feliz com a minha escolha. A camiseta e o cinto do aniversário estão comigo e me fazem lembrar um dos dias mais especiais da minha vida... São lembranças que me fazem sorrir, chorar, acreditar, desacreditar. Fico pensando na roupa linda com a qual ele estará vestido quando o reencontrar, no céu. Sei que vai ser toda branca e que terá beleza ímpar...</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Todos os dias 16 têm sido realmente muito difíceis pra mim, porém, não tanto quanto o último dia 11 de janeiro... Eram seis da manhã e eu despertei como um choque. Fui ao trabalho, mas era como se não estivesse lá. Suportei o tanto quanto pude, mas... Quando dei por mim, estava parada na porta da casa da Lidi. Pobre Lidizinha... Quanta coisa tem suportado por amor a mim. Acho que essa foi a minha pior crise e, pela primeira vez, minha sábia conselheira não sabia o que dizer. Mas a forma como ela me olhou, demonstrando aceitação, foi muito mais acolhedora do que qualquer palavra; isso sem falar do abraço e da maneira única que ela tem de fazer com que eu me sinta melhor: “quer contar como foi o último aniversário dele, irmã?” Nada pode ser mais libertador do que falar... A não ser, claro, a aceitação sem julgamento da pessoa que ouve. De repente, surge uma das idéias geniais dessa minha irmã por escolha... “Faça coisas que poderiam te deixar feliz hoje. Você vai se sentir melhor, eu garanto. Pode chorar, contar a mesma história quantas vezes quiser, mas faça algo bom”. Pouco tempo depois, eu estava sorrindo e apertando felisticamente os braços da Lidi... Só Deus sabe o quanto sou grata por essa amizade.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Fui pra casa e encontrei todo mundo no mesmo estado que eu... Eram visíveis os sentimentos de saudade, dor, tristeza, boas lembranças e dura realidade. É claro que a presença do Otávio fez com que tudo parecesse menos doloroso. Até certo ponto... Estávamos nós dois, como de costume, ouvindo música e cantando (eu me esforçando pra isso e ele só emitindo sons nada convencionais... É a única forma que ele tem de se expressar). Ele está na fase de incríveis descobertas, e uma delas é cantar “parabéns”. De repente, começou a bater palmas e sorrir pra mim, como se estivesse pedindo reconhecimento pelo grande feito. E eu o fiz, até que me lembrei que dia era aquele e o que significava o fato de o meu príncipe, pela primeira vez (pelo menos que eu tenha visto), cantar “parabéns pra você”. Continuei olhando pra ele, até que consegui recolocar os pensamentos no lugar e me dei conta de que era apenas uma coincidência. Ainda bem que ele ainda não sabia falar, pra não me obrigar a ouvir “muitas felicidades, muitos anos de vida”... Além de passar o dia com o Otávio, comi muito palmito, ouvi Thalles Roberto e chorei o tanto quanto pude (seguindo o conselho da Lidi, de fazer coisas das quais eu gosto). E esse foi o pior dia dos últimos dez meses. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Acho que sofri tanto nesse dia 11, que, pela primeira vez desde o acidente, o dia 16 foi só mais um, sem maiores danos e, por incrível que pareça, sem lágrimas. Logo chegou o meu aniversário, dia 19, e aí a tristeza pensou em se instalar... Mas eu me lembrei do que havia aprendido na virada do ano... “Aqui não, coração, você está guardado”. É claro que o dia amanheceu totalmente diferente se comparado aos anos anteriores... Nada daquela euforia de sempre. O carinho dos meus amigos fez o dia parecer melhor, com certeza; mas, como aqui dentro de mim era impossível existir festa, isso se exteriorizou. Lembrei-me ainda de outro detalhe... No dia da minha última crise (11 de janeiro), a Lidi me aconselhou a pedir um presente pra Deus, mas eu não sabia o que pedir. Ela disse que não precisava saber... Era só pedir pra que Ele me surpreendesse com algo bom. Fiz isso, sem nem imaginar o que poderia receber. Pedi também algo bem específico e, infelizmente, recebi uma péssima notícia como resposta. Mas tudo bem... Eu não me relaciono com Deus pelo que Ele pode me oferecer e sei que o fato de Ele não me conceder o que desejo não significa que não seja bom ou que não me ame. Por outro lado, posso dizer que uma das minhas metas pra 2012 foi cumprida muito rapidamente... Ganhei uma Dudalina do casal Lindeza sem fim!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Sei que uma dor não respeita os limites do tempo, mas sinto que preciso me desprender das datas que mais me causam danos. Sei que Papai do céu é o Senhor dos meus dias, inclusive destes três... Preciso me convencer de que são dias comuns... Eu vou tentar. Eu disse “tentar”. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; tab-stops: 316.5pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; tab-stops: 316.5pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><em><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">De todos os pensamentos que tive sobre o meu pai (e foram milhões), o que nunca me ocorreu é que eu estava exagerando. Eu nunca soube se estava sofrendo o quanto deveria. Só sei que estava sofrendo tanto quanto estava sofrendo, simplesmente. Nem disfarçando, nem fingindo. </span></em></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><br />
</div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-50517664602694502942012-01-22T06:30:00.000-08:002012-01-22T06:30:49.445-08:00Aqui não, coração!<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
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A última data possível a me atingir em 2011 era a virada do ano. A fatídica última semana de dezembro tornou as coisas mais difíceis, mas aprendi que os dias ruins fazem os bons ficarem ainda melhores. Sem contar que, a essa altura do campeonato, otimismo pra mim era sanidade. Ou eu acreditava que dias melhores viriam e esperava pacientemente por eles, ou desistia de tudo e me entregava ao desespero. É claro que escolhi a primeira opção. <br />
<br />
Entendi que eu precisava descobrir o que queria e depois deveria aprender a pedir. Concentrei-me nisso e descobri que queria a melhor virada do ano da minha vida, contrariando as estatísticas. Então decidi que não faria nada pelas metades, porque não queria ser meio feliz. Daí começou a saga para superar a última noite de 31 de dezembro, que foi a pior da minha história, com toda certeza. Engraçado... Parece cômico e até místico, mas é como se eu estivesse sentindo que o ano de 2011 iria dilacerar tudo em mim. <br />
<br />
Minha família foi pra Acreúna e, após pensar muito a respeito, decidi que ficar em Rio Verde, na minha igreja, seria a melhor alternativa. Último dia do ano, sábado... Como de costume, saí do trabalho às 08 da manhã e voltei a dormir (ou tentei fazê-lo), porque um vizinho logo me despertou. Acordei ao som de “Jerusalém, eu andarei por ruas de ouro, eu caminharei junto aos anjos de Deus”. Tudo bem que a música é linda e bastante sugestiva para meu pedido de ano novo, mas quem me conhece sabe o quanto fico mal humorada quando não posso dormir. Lutei contra o som ensurdecedor até quando pude, daí me dei por vencida e fui assistir TV (coisa que raramente faço, a não ser no sábado, quando gosto de ver os calouros do Raul Gil; além, claro, dos meus telejornais favoritos). <br />
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“Tudo bem, Deus... Quero ter uma virada do ano feliz e acho que dormir seria um ótimo começo, mas se o Senhor (ou o vizinho) não quer... O que temos pra hoje”? Foi quando me deparei com o Pastor Samuel (Assembléia de Deus do Braz), em uma ministração simples e objetiva que me fez entender o motivo por não conseguir tirar meu sono da beleza. Eu precisava ouvir aquilo. Precisava muito. <br />
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O Pastor afirmou que daria 12 conselhos para 2012, esclarecendo que não se tratava de um manual da felicidade nem de autoajuda. Eram conselhos, literalmente, que poderiam ser seguidos, ou não. Eu disse SIM já ao primeiro conselho e decidi que este regeria minha vida no ano que estava prestes a se iniciar... “Guarde o seu coração”, o Pastor disse repetidas vezes. “Não aceite que ele seja depósito de tristeza”. Nem preciso dizer o quanto chorei. A Palavra do Senhor nos faz um alerta importante: “Sobre tudo o que deve guardar, guarde o seu coração, porque dele procede a fonte da vida”. Aprendi uma técnica incrível, que mais tarde, naquele mesmo dia, seria testada a ferro e fogo. “Quando algo ruim lhe suceder e a tristeza procurar uma brecha pra se instalar, bata forte no peito e diga: ‘aqui não, coração, você está guardado’”! <br />
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Aqui estão os conselhos, a começar do primeiro, sobre o coração: </span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
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1º: Guarde o seu coração. <br />
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2º: Afaste de sua boca as palavras perversas, porque há poder na palavra. <br />
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3º: Seja rápido para perdoar e reconhecer suas falhas, mas demorado para ficar ofendido. <br />
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4º: Aproveite as experiências de 2011. Reflita e não erre nas mesmas coisas em 2012. <br />
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5º: Olhe para frente. Pra quê carregar lembranças ruins? O segredo dos que triunfam é sempre recomeçar. <br />
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6º: Não seja invejoso. Aprenda a dormir e ter seus sonhos. <br />
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7º: Aprecie a vida, porque ela é linda. <br />
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8º: Pense em coisas boas. <br />
<br />
9º: Valorize seus relacionamentos. <br />
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10º: Aceite a vontade de Deus. Nós enxergamos até a curva, e Ele, depois da estrada. <br />
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11º: Confie em Deus acima de tudo. <br />
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12º: Aceite os desafios de Deus. <br />
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Sobre as experiências de 2011, em particular, uma das maiores lições que tive foi quanto à amizade. Aprendi, da forma mais dolorosa e traumática possível, que amor e perdão são incondicionais, mas que a continuidade do relacionamento, definitivamente, não é. Pelo contrário... Existem muitas condições, muitos limites a serem respeitados. Eu só desejo ter sempre a quem amar e, que quando estiver bem cansada, exista amor para recomeçar. Nada além disso. Nada de cobrança, nada de acusação. <br />
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Pois bem. Depois de ouvir Papai do céu falar comigo através do Pastor Samuel, o Ministério Voz da Verdade colaborou para a construção de um dia inesquecível. “Eis que farei uma coisa nova... Caminho no deserto”. Esses trechos do versículo citado se eternizaram no meu coração. Eu precisava crer nisso. Havia esperança e promessa de um novo tempo, claro que havia. Eu profetizei sobre minha vida, dizendo que 2012 seria um ano de novidades, não aquelas previstas, como minha formatura, mas surpresas de fato. Eu creio! <br />
<br />
Lá estava eu, almoçando batata e coca-cola (convenhamos que não é legal cozinhar pra uma só pessoa, ainda mais se considerarmos o péssimo gosto da minha comida). Como de costume, aproveitei o momento de solidão pra ouvir música e limpar minha casa, enquanto fazia uma espécie de faxina no coração, simultaneamente. <br />
<br />
Fui fazer as unhas e, na volta pra casa, tive a oportunidade de colocar em prática o primeiro conselho que recebi pela manhã (sobre guardar o coração). Deparei-me com um rapaz bêbado, todo sujo, que falava pra si mesmo algo que de início não consegui entender. Eu e minhas histórias com bêbados, meu Deus. Ao me aproximar, compreendi as palavras que saíam desordenadas: “Eu prometo que não vou acreditar que meu pai fez isso comigo”. Pensei se tratar de uma briga familiar, mas não. “Logo hoje, logo no dia do feriado, que é um dia feliz”. Comecei a me preocupar. “Por que ele tinha que fazer isso? Logo de moto? Por que não foi de caminhão, pra bater e acabar com tudo de uma vez. De moto não, cara, de moto não”. Eu fiquei sem ar. <br />
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Por que meu pai fez isso comigo? De moto não, cara, de moto não. Inconscientemente, comecei a chorar na rua e pensei que a chance de ter a melhor virada do ano da minha vida acabava ali, mas Deus tem seus caminhos... Ao colocar a chave na porta de casa, eu despertei com um choque. “Aqui não, coração, você está guardado”. Bati no peito repetidas vezes, com a força que encontrei, e disse que não iria permitir que a tristeza se infiltrasse no meu dia, no meu ano, na minha vida. Juro que funcionou. Fui tomada por uma alegria impressionante enquanto falava com Deus por alguns minutos antes de ir pra igreja. Aproveitei para renovar propósitos, fazer outros, ministrar toda sorte de bênçãos sobre minha família, minha casa, tudo o que é nosso. Foi lindo. <br />
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O culto teve sua especial participação no projeto de Deus para o último dia do pior ano da minha vida. Nenhuma palavra proferida foi de particular revelação, mas era como se fosse. Uma música, especialmente, embalou a minha retrospectiva de 2011. Na verdade, fiz rapidamente um apanhado de alguns anos anteriores. Ao som de “Palavras”, me lembrei de uma época muito feliz, em Acreúna. Me veio à caixa das lembranças a Lucielle cantando na igreja, a gente saindo depois do culto e depois voltando pra casa, podendo dormir com a certeza de que minha família estava completa. “Ainda que pra Te servir, Jesus, eu tenha que chorar... Te servirei, porque comigo estarás. Sofrer Contigo é bem melhor do que errar”. A última Santa Ceia de 2011 e primeira de 2012 anunciou que o ano novo seria melhor, porque eu tinha o que pode haver de mais precioso nessa vida: comunhão com Deus. <br />
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Joelho no chão pra esperar 2012. Os primeiros instantes do ano foram inesquecíveis. Lá estava eu, abraçada a uma garota até então desconhecida, que, naquela noite memorável, em meio às lágrimas, decidiu entregar sua vida a Jesus. Mais tarde descobri que ela era ouvinte assídua do Morada Gospel, o que me fez sentir por ela particular amor e desejo de cuidado. De repente percebi que meu pedido havia sido atendido. Foi a melhor virada do ano da minha vida. <br />
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Depois do culto, começou a nossa saga em busca de um lugar pra comer na cidade deserta. Encontramos a Subway aberta... Melhor impossível! Dormi na casa da Claudinha e, o dia seguinte (ou mesmo dia, considerando a hora em que fomos dormir), primeiro do ano, foi marcado por um diálogo saudável e libertador, que me trouxe cura e alívio para a alma. Como é bom amar essa minha amiga! Pra terminar muito bem o que começou de igual modo, o Morada Gospel especial de ano novo marcou minha vida, com toda certeza. <br />
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E por falar em marca... “Não entendo o Teu modo de agir quando trazes à minha memória dores, marcas, histórias que estão bem vivas em mim”. Eis aqui algumas delas: <br />
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Em 2011: <br />
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<b>Perdi </b>meu pai, e com ele a intensidade do meu sorriso, além de seis quilos. <br />
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<b>Ganhei </b>o Otávio, o pequeno grande homem que mudou minha perspectiva sobre a vida. <br />
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<b>Aprendi </b>que não devo confiar em pessoas que se autoafirmam, se justificam o tempo todo e são invasivas demais. <br />
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<b>Mudei</b> de casa e o corte do cabelo (duas vezes). <br />
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<b>Beijei</b> o, o, o... Esquece. <br />
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<b>Esqueci </b>o aniversário do meu melhor amigo e senti uma terrível culpa por isso. <br />
<br />
<b>Experimentei </b>chopp de vinho e gostei (não, eu não sou alcoólatra, nem abandonei a fé). <br />
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<b>Terminei </b>meu TCC. <br />
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<b>Chorei</b> pela ausência do meu pai, por ver minha irmã se esforçando pra demonstrar força e pela idéia de não conseguir fazer minha mãe feliz. <br />
<br />
<b>Fui</b> para o Guarujá com minha família. <br />
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<b>Voltei</b> de Gramado apaixonada e com vontade de conhecer a Europa. <br />
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<b>Superei</b> o pior ano da minha vida, mas, infelizmente, as lembranças ruins não foram embora com ele. <br />
<br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Em 2012 quero: <br />
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<b>Perder</b> o medo de tentar. <br />
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<b>Ganhar</b> meus seis quilos de volta, uma Dudalina, um vidrão de palmito, um ar-condicionado e um tablet. Só. <br />
<br />
<b>Aprender</b> a reconhecer o “amor sequestrador” há quilômetros de distância e fugir dele, definitivamente. <br />
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<b>Mudar</b> para nossa casa nova, aquela que vamos comprar, pela fé. <br />
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<b>Beijar</b> o homem da minha vida. <br />
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<b>Esquecer</b> o mal que me fizeram em 2011. Aliás, quero esquecer 80% desse ano lamentável. <br />
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<b>Experimentar </b>dizer “não” mais vezes. <br />
<br />
<b>Terminar </b>meu curso e me tornar uma legítima jornaleira. <br />
<br />
<b>Chorar </b>de felicidade no dia da minha formatura. <br />
<br />
<b>Ir </b>para a França, Inglaterra e Holanda. <br />
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<b>Voltar</b> do exterior cheia de histórias incríveis pra contar. <br />
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<b>Superar</b> os traumas que malfeitores semearam em meu coração no ano que passou. </span></div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-70584835334666305682012-01-20T13:30:00.000-08:002012-01-20T13:30:15.009-08:00Eu digo NÃO ao amor sequestrador!<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"><br />
</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">A última semana de dezembro foi a pior do ano em termos de dor física. Troquei os dias pelas noites, literalmente, e minha mãe sofreu tanto quanto eu, porque passou noites em claro ao meu lado, tentando aliviar minha dor com suas massagens nada profissionais, porém apaziguadoras. Acontece que sofro de um mal chamado espondilose cervival, um tipo de osteoartrite que causa dores intensas nos ombros, braços e pescoço. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Nunca ninguém me compreendeu tão bem quanto Melanie Thernstrom, no livro “As crônicas da dor – tratamentos, mitos, mistérios, testemunhos e a ciência do sofrimento”. Faço das palavras da autora as minhas: “A dor começou a impor o seu domínio sobre o meu mundo. Não era como uma intrusa violenta que entra à força, quebra tudo e vai embora. Era mais como uma parceira doméstica azeda, íntima e feia; uma presença ameaçadora, suja, perturbadora, mas que se recusava a ir embora. Eu não gostava de acordar e sentir as suas mãos grudentas em mim; não gostava que ficasse pela cozinha, me fazendo derrubar pratos pesados; não gostava que interrompesse meus telefonemas, especialmente quando uma amiga confidenciava uma tristeza que eu me preocupava em escutar. Eu me preocupava, mas não como antes, porque agora parte de mim só se preocupava com a dor. ‘O meu pescoço dói’, era o que me segurava para não dizer, queixosa, quando as minhas amigas discutiam casamentos e abortos. ‘O meu braço dói’”. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Além do incômodo da dor, cobranças, acusações e o tal do “amor sequestrador” fizeram desses últimos dias do ano os piores possíveis. A guerra que acontecia dentro de mim não me deixava dormir. Certa de que o coração é o árbitro das decisões, me calei o máximo que pude pra poder ouvi-lo. E ele me disse o que fazer... <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Antes de qualquer coisa, eu sabia que tinha o poder de entrar na vida de alguém e dar a essa pessoa a coragem de ser. Isso significa que poderia estender a mão da reconciliação a alguém que afastei, fazer uma ligação para alguém com quem tive um conflito ou para um familiar com quem não falava há muito tempo. Dessa forma, a cura passa a ser a oportunidade de transmitir a outro ser humano o que recebi do Senhor Jesus; a saber, Sua aceitação incondicional de mim mesma como sou, não como deveria ser.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Ele me ama, seja em estado de graça, seja de desgraça, quer eu viva de acordo com as expectativas elevadas de Seu Evangelho, quer não. Ele vem a mim onde vivo e ama-me como sou. Sempre que transmiti essa mesma realidade à outra pessoa, o resultado foi a cura interior dessa pessoa por meio do toque da minha afirmação. Afirmar uma pessoa é enxergar o bem que há nela, o qual ela mesma não consegue enxergar, e repetir isso apesar das aparências em contrário. Quando uma pessoa é despertada para aquilo que ela é e não para aquilo deixou de ser, o resultado mais frequente é a cura do coração. Como bem disse Brennan Manning, a pergunta não é se podemos curar, e sim, se deixaremos que o poder curador de Jesus flua por intermédio de nós para alcançarmos e tocarmos outras pessoas, de modo que elas possam resistir, lutar e sonhar, correndo para onde nem os corajosos ousam ir. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Eu me autoafirmo como “médica ferida”. Portanto, é meu dever oferecer a cura. Mas até quando o já banalizado “amor cristão” me obriga a agir além das minhas possibilidades? Até que ponto é saudável e biblicamente correto eu me anular em benefício do outro? Aprendi, em meio a esse conflito, que o perdão e o amor são incondicionais, mas a continuidade de um relacionamento, definitivamente, não. O amor que envolve compromisso e amizade eu posso escolher a quem dar, sem culpa e sem medo. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Para reafirmar o que o próprio Deus já havia ministrado ao meu coração, uma linda amiga, usada por Ele, fez chegar até mim um texto que mudou minha vida. Trata-se do posicionamento de Caio Fábio a respeito desse “amor” exigente e acusador.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Segue o texto:<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"><o:p><br />
</o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"><b>Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas?</b><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Certas frases soam tão bem que parecem até ser verdade. Uma delas é essa frase de “Miss Universo” recitada do livro “O Pequeno Príncipe”. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Nunca vi uma receita de doença ser escrita com tanta beleza e aparência de verdade! De fato, estou escrevendo isto apenas porque hoje recebi alguns e-mails de gente me dizendo basicamente o seguinte: “Puxa, mandei uma carta pra você fazendo perguntas e abrindo o coração, e você nunca me responde. Continuo amando você apesar disso. Mas quero que você saiba que me cativou. Por isso, quero resposta. Me responda, porque eu amo você”. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Todo mundo gosta de ser amado, mas eu já tive mil vidas de amor por mim que quase me mataram. Sim, pode-se ser vitimado e morto por esse tipo de amor “Pequeno Príncipe”. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Só Deus sabe as centenas de viagens que não podia fazer, mas fiz. Tudo por causa do sequestro do “amor”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Só Deus sabe quanta coisa minha, pessoal, essencial, e de profunda significação, deixei de fazer, apenas porque estava sequestrado por esse tipo de amor que ama convenientemente, transferindo responsabilidades para você. Não, meus amigos! Não estou mais sequestrado pelo amor dos que barganham! <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Esse tal amor é barganha infantil e profundamente sequestradora. E tem gente que só ama assim: em troca de alguma coisa — preferencialmente em troca de você, de sua alma. Esse amor, hoje em dia, eu o discirno de bem longe. Não me diz mais nada. Enfartei dele! Esse amor é amor de vampiro! <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Tal amor é doença e gera co-dependência. Você fica sequestrado pelo outro, sendo que o outro obriga você a ser dele sem que você possa ser, posto que nunca pediu para ser, muito menos para ser daquele modo e com aquelas cobranças. É como ir andando na rua, ser achado bonito, e, em razão disso, ter que ceder a todas as cantadas. Afinal, você cativou pessoas, e, supostamente, não se pode deixar de aceitar responsabilidades por ter gerado algo tão divino nos outros. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Tudo bobagem! Narcisismo bondoso, porém, ainda, narcisismo! Eu, todavia, já fui vítima disso, e sei que quando você se arrebenta contra a penha da existência, os seus “amantes cativados” acusam você de os haver traído. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Ah, quantos amigos desses eu tive! E onde andam? Cobravam-me presença, atenção, responsabilidades, se diziam irremediavelmente meus discípulos, culpavam-me de os haver convertido e de os haver apresentado um Evangelho tão belo, de tal modo que ou eu os atendia ou tinha que viver com a acusação desses amantes cativados. Fiz tudo para agradar a milhares e milhões de amantes fraternos!<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“A minha vida, ninguém a tira de mim; eu espontaneamente a dou”... — ensinou-me, na prática, o Senhor. Assim, meus amigos, escaldado e livre, esse gato já não tem donos terrenos que pelo “amor de vampiro” o possam impressionar. Antes, eles tiravam de mim. Hoje, meus queridos, eu dou! <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Faço só o que posso, e não estou num concurso de amor fraterno. Podem amar a quem desejarem. Fico feliz quando vejo as pessoas amando, não sinto ciúmes de ninguém que seja mais amado do que eu. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">No entanto, saibam todos: o Bom Pastor, que conhece todas as ovelhas e que pode cuidar de todas: só há um: JESUS! Ele é o Único Pastor porque somente Ele pode cuidar de todas as ovelhas. E mais: somente Ele pôde dar a própria vida e depois reavê-la. Esse mandato, todavia, eu não recebi de meu Pai. Eu — meu Deus! — mal dou conta de meu dia!<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Assim, amigos, me escrevam. Deus sabe como faço tudo isto aqui com todo amor. No entanto, saibam: eu não estou sequestrado pelas afirmações do amor de ninguém por mim. Sou responsável por tudo aquilo que eu puder ser, mas não sirvo às neuroses da falsa bondade. Eu me amo o suficiente para não me deixar mais sequestrar pelo amor barganhante de ninguém. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">E mais: minhas prioridades, essas eu decido. Nunca mais pretendo deixar que ameaças de amizades forcem o curso de meu caminho. Afinal, meus amigos, eu também amo, e, também, escolho dar amor a quem quero — pelo menos esse amor que envolve amizade e compromisso. E como sou apenas um, posso apenas aquilo que um único um pode. Quem puder mais do que eu, não me cobre; por favor, me ajude! (Caio Fábio).<o:p></o:p></span></div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-28860274317431097652012-01-20T12:37:00.000-08:002012-01-20T13:49:36.603-08:00Feliz aniversário, Jesus!<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Maravilhada com o “espírito natalino” desde sempre, eu nunca havia percebido que a história se repete todos os anos. As pessoas se tornam potencialmente mais humanas, doando mantimentos, brinquedos e tempo para os menos favorecidos. O mercantilismo barato (caro) que acompanha a época em questão cria no inconsciente dos consumidores enlouquecidos a idéia de que presente e Natal não podem andar separadamente. O super aquecimento do mercado faz com que as ruas comerciais da cidade fiquem abarrotadas de formigas encarrilhando caixas coloridas. São as mesmas músicas, mesmas emoções, mesmas palavras. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Os enfeites coloridos e as luzes se espalham por todos os lados. Onde é possível, pendura-se pisca-pisca, lâmpadas e cordões reluzentes, para dar um brilho a mais ao Natal. A caprichada decoração transforma ruas escuras em cenários deslumbrantes. Mas depois de passado o mês de dezembro, as luzes são apagadas e guardadas para o próximo ano, o que significa que toda aquela luminosidade era temporária, incapaz de fixar residência em algum lugar. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 150%;">O meu Natal de 2011 precisava de mais do que pisca-piscas ocasionais. Eu precisava de uma luz verdadeira e eterna, que me ajudasse a ultrapassar a escuridão que me conduzia à tristeza. Então me lembrei do que Jesus disse de Si mesmo: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, pelo contrário, terá a luz da vida”. Eu tinha (tenho) Jesus, por isso minha luz não ia se apagar depois da festa. Eu reconheci, em meio às comemorações, a voz do anjo que declara que o Seu nome seria Jesus porque “Ele salvará o Seu povo dos seus pecados”. Sabe onde li isso? Na minha Bíblia linda, que ganhei do meu pai justamente no Natal, mas de 2010. Foi o melhor presente que recebi, sem demagogia. Só eu sei o quanto foi significativo ganhar dele um abraço de “feliz Natal” acompanhado pela Palavra de Deus transliterada em um livro. Na ocasião, dei a ele um vinho, que era uma de suas paixões. “Você me ensinando o caminho e eu te desvirtuando com esse presente”! Ele riu. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Lembro-me do último Natal antes da tragédia... Na verdade, não passamos juntos. Essa lembrança já me causou dor, mas aprendi que não posso ser tão dura comigo. Desde que a mãe dele faleceu, em 2003, muitas mudanças aconteceram. Datas assim tão familiares, como Natal e dia das mães, já não tinham o mesmo significado. Ele se escondia, na impossibilidade de expressar a dor que sentia pela ausência de sua diva. Mesmo com a nossa insistência para que ele se juntasse à família na noite de Natal, a tristeza se unia à teimosia e ele permanecia irredutível, sozinho em casa. Foi assim no ano passado. Hoje me pergunto por que eu, minha mãe e minha irmã não abrimos mão da festa da família e ficamos ali com ele. Acho que essa pergunta é irracional demais. Se a história fosse outra, se fosse outra pessoa da minha família que tivesse partido pra eternidade e se eu tivesse perdido a chance de passarmos o último Natal juntas, eu me perguntaria por que fiquei em casa com meu pai e não fui à festa. Então, decidi não me prender ao que poderia ter feito, e sim ao que fiz. Eu sei o que fiz. Deus sabe o que fiz.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 150%;">O problema maior é o já banalizado pedido de Natal. No ano passado, pedi para que o meu pai estivesse lá conosco no próximo ano, além de pedir para que o momento que estávamos enfrentando, até então o mais doloroso de nossas vidas, fosse superado sem maiores transtornos. Sim, a tempestade em questão passou; porém, meu pai mais uma vez não foi à festa de Natal. A diferença é que não o encontramos ao voltar pra casa.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Caiu por terra o discurso de “enfrentamos dificuldades esse ano, mas o importante é que estamos todos vivos e com saúde”. Foi o Natal mais triste da minha vida e, ao olhar pra minha família reunida ali, os pais com os filhos e até netos, me perguntei várias vezes o porquê de justamente a minha casa ter ficado menor. Outra pergunta irracional, claro. A hora da foto foi uma tortura só... Enquanto que alguns dos meus tios se apertavam em um abraço coletivo com o cônjuge e os filhos, a fim de todos serem alcançados pela lente da câmera, a nossa foto foi quase deprimente... Eu, minha mãe, minha irmã e uma ausência enorme do lado. Ainda bem que a Naná se juntou a nós e tornou o momento menos trágico. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Mas espera um instante! A despeito de como eu me sentia, havia um motivo para estar ali, e olha que não estou me referindo à revelação do amigo secreto nem às guloseimas de Natal. Claro! Era o aniversário do meu amigo Jesus! Como não pensei nisso antes!? Ele deveria estar, no mínimo, triste por eu tê-Lo ignorado de forma tamanha. Acontece que, infelizmente, o ser humano tem a tendência de dar ênfase ao que perdeu, em detrimento do que possui. E eu tinha/ tenho muito: o Rei dos reis me chama pelo nome, conhece minhas preferências, virtudes e defeitos. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Tudo bem que Jesus não nasceu em dezembro. Nem poderia, teologicamente falando. Mas o cerne da questão é que Ele nasceu, e o fez por mim, em particular. É claro que tal demonstração altruísta e abnegada de amor merece comemoração. Cantei “parabéns” bem baixinho pro aniversariante e entreguei o presente que havia levado comigo. Na hora do “com quem será que Jesus vai casar” não restava dúvida... “Vai depender, vai depender, vai depender se Sua noiva (da qual eu faço parte) vai querer”. Sim, Jesus, eu aceito. Está tudo preparado para o grande dia. Te espero ansiosa, mas não a ponto de perder a esperança; nem tão esperançosa a ponto de perder a ansiedade. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><o:p><br />
</o:p></span></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK_kIUZ23Mj5uyTzHc3vxRHJoLhNP0mNtbHFkDZofH9XcIzREyoedoJ74z9hwZ06_h_5NnMYTx3JMW-OPyEt-nPH61uqGdw4bDwe9Z3vhOuMRVez7-y2RTR1Hgk7wUDoYajuj5ndcq9iQ/s1600/394955_219294104817149_100002096836723_528306_1551721019_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK_kIUZ23Mj5uyTzHc3vxRHJoLhNP0mNtbHFkDZofH9XcIzREyoedoJ74z9hwZ06_h_5NnMYTx3JMW-OPyEt-nPH61uqGdw4bDwe9Z3vhOuMRVez7-y2RTR1Hgk7wUDoYajuj5ndcq9iQ/s640/394955_219294104817149_100002096836723_528306_1551721019_n.jpg" width="601" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;">Mãe e irmãs. "Diga ainda que a gente conseguiu sobreviver à dor e Deus mandou a chuva".</span></span></td></tr>
</tbody></table><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><o:p><br />
</o:p></span></div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-27748085017931396822012-01-20T08:02:00.000-08:002012-01-20T08:02:29.222-08:00Aba, pertenço a Ti<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Calibri;"></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><strong>ABA</strong> significa literalmente “pai, papai, querido pai”. Dessa forma, podemos nos dirigir ao Deus infinito, transcendente e todo-poderoso com a intimidade, a familiaridade e a confiança inabalável que uma criança experimenta no colo de seu pai. Sou feliz em saber que o amor do meu Aba não depende do meu esforço e não se altera de acordo com o meu desempenho. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Se Charles deFoucauld tivesse a oportunidade de me conhecer, certamente não conseguiria esconder a decepção. Para ele, a única coisa que devemos absolutamente a Deus é nunca ter medo de nada. E eu tenho. Rapidamente, passei do estágio de aversão a sapos, lugares fechados e sangue para o desenfreado pavor com relação à morte, não a minha, mas a de pessoas que amo. Minha vida é antes e depois de 2011. O foco saiu de mim. Nunca mais bato a porta e vou... Tenho medo do momento de voltar a ser só eu.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Como lidar com o medo é o que me diferencia de algumas pessoas que decidem se afogar em sua autocomiseração. Eu não sou vítima. Talvez já tenha sido por muitos e muitos anos, embora não tivesse consciência disso. Enfim... O medo, por mais intenso que pudesse parecer, ainda não conseguiu me paralisar. Eu vou continuar, porque escolhi me orgulhar das minhas fraquezas, já que elas demonstram o poder de Cristo, que é atuante em minha vida. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Eu tive medo do mês de dezembro e tentei menosprezá-lo, mas isso não fez com que ele não chegasse, todo sorridente, cantarolando uma música de Natal (o que prova que os fatos não deixam de existir simplesmente por serem ignorados).<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Dia primeiro... Consegui decepcionar duas pessoas que tanto confiam em mim: Deus e eu mesma. Eu errei, o que não é nenhuma novidade. O âmago da questão está no que fiz com o erro. Aprendi com ele, cresci, fui perdoada por Deus e me perdoei. Entendi que o cristianismo não consiste primeiramente no que faço pra Deus... Tudo começa com o que Ele fez por mim. O Reino que Jesus proclamou é bem mais que pessoas que vão à igreja aos domingos, lêem a Bíblia de vez em quando, fazem um retiro espiritual por ano, opõem-se vigorosamente ao aborto, não assistem filmes pornográficos, jamais fazem uso de palavras chulas e se dão bem com todos. Na verdade, o Evangelho é absurdo, e a vida de Jesus é totalmente sem sentido a menos que acreditemos que Ele viveu, morreu e ressurgiu com apenas uma finalidade em mente: mostrar-nos Seu amor. Ele não espera que tenhamos uma moral aperfeiçoada tão somente, mas sim, que sejamos cheios de amor (por ELE, por nós mesmos e pelos outros), que sejamos leais à Palavra, que desejemos chegar ao Seu próprio coração, que sejamos atraídos pela chama que consome, purifica e atribui a tudo ardente paz, alegria, ousadia e amor extraordinário, furioso. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 10pt; line-height: 150%;">O amor de Cristo ultrapassa o conhecimento. Precisamos abrir mão de nossas percepções humanas, legalistas, tradicionalistas, circuncidadas, empobrecidas de Deus e nos abrir para o Pai de Jesus, que também é nosso. Se o fizermos, a promessa é que seremos cheios da plenitude de Deus. E foi exatamente isso que aconteceu... Lancei-me nos braços de amor do meu Pai. Ele me abraçou, me perdoou (mesmo sem merecer), e me fez viver dias de plenitude verdadeira. Entre os dias 03 e 10 de dezembro, tive a sensação de que nada me faltava. Nunca estive tão bem (espiritualmente), tão íntima de Deus, tão feliz com Ele, por Ele e para Ele. Os problemas continuaram, as circunstâncias negativas eram as mesmas, mas a mudança aconteceu aqui dentro de mim, sem grandes alardes, sem que ninguém percebesse. Eu estava me sentindo realizada, e isso me bastava por ora. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Tudo começou com o Louvor Solidário da Catedral da Família, igreja que sempre fez questão de marcar positivamente minha vida. Durante o culto, a Palavra que ouvi reafirmou o sentimento de perdão que enchia meu peito: Deus me ama e Seu amor é muito grande e incondicional. Lembrei-me de uma verdade imutável: o amor dEle não diminui de acordo com os meus erros, nem aumenta de acordo com os meus acertos. Eu estava livre para adorar, porque a graça de Jesus é maior que todo mal que eu pudesse causar a mim e a outras pessoas. Naquela noite inesquecível, obtive três respostas de Deus, o que me encheu de coragem para enfrentar o que quer que o futuro me reservasse.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 10pt; line-height: 150%;">E que reserva ele fez! No dia 08, logo pela manhã, um telefonema inesperado. Minha irmã atendeu e, atônita, olhou pra mim e pra minha mãe: “ele quer falar com o meu pai”! Como assim? Como alguém teria a capacidade de ligar pro meu pai depois de quase nove meses de sua partida para a eternidade? São em momentos assim que eu gostaria de voltar a ser criança, só pra não ter que resolver assuntos de gente grande. Minha mãe pediu pra que eu conversasse com o moço no telefone. O assunto não vem ao caso, mas ele queria se certificar de que meu pai havia... Bem, ele pediu o número do atestado de óbito e eu repeti vagarosamente cada algarismo, até que... Uma longa pausa me fez ouvir o som ambiente do outro lado da linha. “Isso é realmente necessário”? Perguntei. É claro que ele não considerou o mal que aquele ato estava me causando. “Preciso desse número, senhora”. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Não sei por que insisto em acreditar que tudo tem um propósito, mas sei que tem. Talvez o tom da minha voz tenha provocado algo bom naquele homem. Talvez o meu dilaceramento tenha o feito refletir sobre seu relacionamento com o pai ou os filhos, se for o caso. Talvez ele os tenha abraçado naquele dia e dito o quanto os ama e teme perdê-los. Talvez.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Não que eu precise me justificar, mas, nesse caso, o farei com prazer. O assunto em questão não era nenhuma dívida. Aliás, desconheço homem mais honesto que meu pai. Na verdade, a inocência e boa fé dele fizeram com que pessoas sem escrúpulos não o respeitassem. Mas deixa pra lá... A lei da semeadura nunca falha... É bíblico. Aqui se planta, aqui se colhe. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 10pt; line-height: 150%;">A noite do dia 08 veio como um presente pro meu coração tão triste... Assistir a ministração do Thalles Roberto foi a realização de um sonho, ainda mais na companhia de amados amigos. Mais uma vez o Senhor ministrou na minha vida a palavra de dias atrás: “você é minha filha amada e perdoada”. O dia, que começou tão mal, terminou ao som de Jesus Culture: “</span><span lang="PT" style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT;">Oh, dia feliz, dia feliz... Você lavou meu pecado. Oh, dia feliz, dia feliz... Eu nunca serei o mesmo, pra sempre estou mudado”. Nem o pneu furado na volta de Quirinópolis foi capaz de tirar o sorriso que se misturava às lagrimas de alegria... Foi o meu dia feliz, tão feliz. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT;">De repente, já era dia 16, e eu estava ali, com minha saudade e meu amor inabaláveis, além da presença do meu pequeno príncipe, Otávio, dissipando o mal que rondava meu coração. Nãos sei como isso é possível, juro que não sei, mas não me lembro de detalhes sobre esse dia. Sei que a Paulinha me mandou uma mensagem citando 1 Pedro 5:7 – “Lançando sobre Ele TODA vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” (grifo dela), que serviu para que eu me entregasse ao meu Pai com amor e confiança e sentisse Seu abraço mais uma vez. Fico feliz por ter amigos tão abençoados/ abençoadores e pelo fato de a Palavra de Deus surtir um efeito tão intenso em mim. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT;">Eventos que aconteceram posteriormente, como a última Santa Ceia do ano, a cantata da UMADERV na praça, o churrasco do PREX e os pré-congressos tornaram ainda mais especial o temido mês, que já estava quase acabando. Eu disse quase, porque ainda faltavam duas datas não menos importantes: Natal e ano novo.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT;">Independente do que poderia acontecer, o colo do meu Aba me oferecia segurança irrestrita e confortável familiaridade. Com Brennan Manning aprendi que, quando a impressão que tenho é de que tudo está perdido, devo fechar os olhos, virar para cima as palmas das mãos e orar: “Aba, pertenço a Ti”. Nada mais. Isso é o bastante.</span></div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-62636124090889191512011-12-02T03:34:00.000-08:002012-01-20T13:44:18.066-08:00Doce novembro<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Novembro trouxe consigo muita expectativa, além de trabalho inesgotável e correria, claro, atributos natos do Projeto Experimental, vulgo PREX. Foram nove meses de dedicação, como em um período gestacional. Inúmeros sacrifícios, abstinência familiar, finais de semana bem gastos com pesquisa, produção, edição e afins. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Na verdade, o TCC (trabalho de conclusão de curso) foi pra mim uma válvula de escape, contrariando a sensação de incapacidade que senti na época em que começamos a elaborá-lo. Fevereiro de 2011, início de semestre, necessidade urgente de se pensar em um grupo e um tema para o PREX. A escolha estava “tão certa como o ar que eu respiro” (parafraseando a música): Dionézio Costa, Júlio César, Lidiane Guimarães e Muriele Silva, com o tema Hospital do Câncer de Rio Verde. Para os íntimos: MuriLidi, Julinho e Costa, defendendo o Projeto dos sonhos. Ali começava o que eu posteriormente chamaria de saga, ou praga do PREX.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">A empolgação com o novo e desafiador projeto logo foi interrompida pela pior notícia que já recebi na minha vida. Me lembro das palavras da Lidi, ditas a outras pessoas, claro, na vã tentativa de não me deixar perceber o quanto o momento era cruel: “sei que tragédia não escolhe hora pra acontecer, mas esse é o pior momento pra algo assim vir sobre a vida da Murizinha”. Inicialmente, concordei com ela. No decorrer do ano, entendi que se não tivesse uma causa tão importante pela qual lutar, não teria continuado viva, pelo menos não literalmente. O trabalho foi uma forma de canalizar a dor, de me concentrar em outra coisa a não ser a perda, a injustiça, a ausência do meu pai. Eu precisava ir até o fim, simplesmente porque ele havia dito para os amigos que tinha uma filha jornalista e eu não poderia permitir que pensassem se tratar de uma mentira. Eu não queria decepcioná-lo, nem me decepcionar, nem decepcionar meu grupo, muito menos o hospital. Eu suportei o mês de março como quem dava o último suspiro de vida ao final de cada dia. Nos meses que se seguiram, me doei o tanto quanto pude ao projeto, percebendo nele uma maneira, por mais discreta que fosse, de amenizar a sensação de vazio e da minha inutilidade na Terra.</span><br />
<span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Meus amigos tiveram de se acostumar com a minha constante ausência, ausência essa provocada pelo projeto e pela perda que fez de mim uma companhia nada agradável. A maioria deles soube lidar tão bem com isso que nem acredito. Sem cobranças, sem perguntas de por que ou pra quê. Apenas abraços, sorrisos e lágrimas, acrescidos de “não é assim que funciona, dona Muriele”, “vou te dar uma semana pra sair dessa vida”, “se não deixar de ser mal criada, vai ficar sem sobremesa”... Não sei o que seria de mim sem os choques de realidade que recebi dos meus anjos. Nada do tipo “sua mãe precisa de você”, ou “você tem que ser forte”... Ouvi coisas que realmente marcaram minha vida e influenciaram minha volta a ela, coisas que só quem me conhece bem poderia dizer, sem estereótipo, sem julgamentos. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Pesquisa bibliográfica, correções, incompatibilidade de idéias, produção de pautas, gravação de entrevistas, decupagem, roteiro, mais pesquisa, mais correções, um pouco mais de pesquisa, e mais um pouco, e mais um pouco. Com Nichols eu aprendi não só a respeito do poder de persuasão do documentário... Entendi que ele poderia mudar histórias, inclusive a minha. Bernard foi útil quanto à produção do filme, mas também reafirmou a tese de que quando acreditamos em algo, temos que lutar para provar sua viabilidade. Barbosa foi categórica quanto aos direitos dos portadores de câncer e às dificuldades enfrentadas por eles, além de me fazer repensar a respeito da brevidade da vida, tema tão pertinente ao momento pelo qual eu passava. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Por inúmeras vezes a reunião de PREX foi descaracterizada, transformando-se em um tempo de consolo, em que a Lidi paciente e atenciosamente me ouvia chorar e repetir as mesmas histórias por horas a fio. É incontestável que ambas aprenderam e cresceram muito nesse período. É incontestável também o quanto ela me ajudou a manter a sanidade, sendo verdadeiramente meu ponto de equilíbrio. Ela fazia com que as coisas parecessem mais fáceis. Hoje vejo que não era nada tão simples quanto ela pintava, e ela sabia disso. Mas sabia também que se demonstrasse fraqueza e insegurança diante da irmã fragilizada, certamente a levaria à desistência. “Murizinha, dá pra melhorar pra eu poder ter minhas crises também”? Nunca vou me esquecer das renúncias que fez, do quanto foi altruísta e abnegada, tudo por mim, tudo pra me ver chegando inteira ao final do ano e da vida. Quantos dias 16 passamos juntas, digitando, chorando, comendo e cantando “we are the champions, my friends”! A Lidi não me deixou desistir e fazia questão de lembrar quem eu era o tempo todo. Ela me permite errar, chorar, cair, sentir raiva, frio, calor, tédio, preguiça, amor, ódio (momentâneo)... Coisas simples, mas que me tornam humana, como de fato sou. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Sempre que passávamos pelo auditório, vazio e escuro, repetíamos a mesma frase: “um dia isso aqui estará lotado, esperando por nós”. Parece até que ele entendia o recado e ia se projetando para a noite memorável que testemunharia. Na noite anterior à apresentação, a última e fatídica crise, que me levou a crer que, se tivesse que esperar mais que um dia, não conseguiria suportar. Eu havia chegado ao meu limite. Limite de paciência, de estresse, de cansaço, de dor física e emocional, de sono, de aulas sem banho, sem almoço, sem vontade. Eu pensei em desistir, confesso. Mais de uma vez. Principalmente em noites de crise, as quais são aparentemente instransponíveis. Mas não são. São apenas noites escuras e, quanto mais escuras se tornam, mais denunciam a chegada do amanhecer. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">De repente, passaram-se os noves meses e foi marcado o dia do parto: 08 de novembro. Após uma gestação de risco, com inúmeras dificuldades e superação das mesmas, nasceu o Projeto dos sonhos, com o peso de 23 personagens e o tamanho de 25 minutos. No dia da cirurgia, logo pela manhã, começou o trabalho de parto. Olhar para o auditório vazio e imaginá-lo repleto de rostos conhecidos parecia não condizer com a realidade. Mas o fato é que, após muita correria com os últimos toques, a exemplo das caixinhas de pipoca que ficaram tão famosas, chegamos nós quatro (eu, Lidi, Júlio e Costa) juntos, como quem chega a uma noite de premiação do Oscar. Não deu tempo de observar o auditório vazio e compará-lo com aquele que havíamos visto pela manhã, porque sem que pudéssemos perceber, ele logo estava cheio, literalmente cheio, sem poder acomodar todas as pessoas que ali estavam para assistir o nascimento do nosso filho. Quanta honra! Quanta alegria! Vontade de chorar, de abraçar todo mundo, de terminar o que havíamos começado, de começar tudo de novo!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Quando dei por mim, estava no palco, e diante dos meus olhos uma pequena multidão que torceu, orou, rezou e colaborou com o nosso sucesso. “Senhoras e senhores, boa noite. Sejam bem-vindos à estréia do filme Projeto dos sonhos: Hospital do Câncer de Rio Verde”. Mais surpreendente do que ver tantos olhos atentos ao que eu dizia, foi ver esses mesmos olhos se apertando e dando lugar às lágrimas sinceras, de admiração, de reconhecimento, de gratidão. Ao final do filme, eu e meu grupo, de mãos dadas, fomos aplaudidos de pé, não porque merecíamos tal ato, mas porque estava escrito que deveria ser daquela forma. Como em um passe de mágica, aquele momento único passou, rápida e definitivamente. De repente não vi mais ninguém, a não ser a banca examinadora, que nos julgou de acordo com nossos cuidados com a gravidez. O resultado foi muito bom... Todos aprovados, com a maior nota para a Lidi, justa e merecidamente.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">A sensação do pós-banca é indescritível... Um misto de sentimentos que não cabem dentro do peito, que precisam ser verbalizados. “We are the champions, my friends”! Sim, nós somos campeões, por motivos que perpassam um simples trabalho de conclusão de curso. Depois da argüição dos professores, o verdadeiro sentimento de liberdade, de missão cumprida. Para minha surpresa, alguns amigos me aguardavam lá fora, e juntos fomos aproveitar o final daquela noite que, mesmo merecendo ser eternizada, havia sido tão curta. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Mal deu tempo de comemorar e eu já tive que voltar pra casa, arrumar as malas e partir. Considerando o destino, o sacrifício foi, no mínimo, válido. Intitularia a viagem como “os dez manés, sentido litoral”... Eu, mâmis, Lô, Naná, João Neto, tia Regina, Amigo, Rogério, Silvânia e Gaby fomos para o Guarujá – SP, onde pude, pelo menos, descansar a mente e me divertir muito. Em homenagem à Naná e à Lô, preciso lembrar detalhes que fizeram toda a diferença. Lá vai, meninas:</span><br />
<span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Óh, que calor. Queria tanto um sorvetinho”!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Respeita a puliça”!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Olhando para sempre”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Hú, ‘sombração’! Hú, cabeção”!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Passa o anel de verdade”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Janete, essa foto te favoreceu, hein”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Tá de deboche”?</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Bom dia”. “CALABOCA”!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; tab-stops: 183.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“E você, moça”? “NADA”. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Lorrane, me empresta dois reais”? “NÃO”. “Então tira uma foto”? “NÃO”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Naná, ignore minha mãe e continue a nadar”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Tira uma foto! Eu acho que vi um gatinho”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“AAAAAAATCHIM”! (Velhinhas ricas).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Humildade”! TRELA.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Vou beijar as três pra ninguém chorar”. “Fala pra ele que a gente não tá interessada e que ele teria que pedalar muito”. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Era pra ter virado ali, Amigo”! “Mas o GPS falou que era pra seguir reto”. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Você chegou ao seu destino”! CRI CRI CRI. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Anêim, mãe. Vou te fazer massagem até você deixar de ser revoltada”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Isso é que é bonita”! “Que bosta”!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Nágilla, me dá um aí. Você fica com dois e eu fico com dois”. “NÃO. Você não quis me emprestar dois reais”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Neguinha, a Lorrane falou pra você morrer sem prova”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Volta pro mar, oferenda”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Bandida, disgranhenta. Óh o quê que ela faz com a gente”! “Quem, Neguinha”? “A muriçoca”!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 19px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 19px;">No dia 14 de novembro, já em casa, fiquei maravilhada com as notícias a respeito do Projeto dos sonhos. Ao que tudo indicava, até então, o filme estava alcançando seus objetivos. No outro dia, ironicamente véspera do dia 16, como no mês anterior, lá estávamos... Eu, a Claudinha, o Lindeza e a Naná, desta vez com a presença não menos importante da minha mãe, da Lô e da Nilla. Ironicamente, ou não. Propositalmente, eu creio. Assistimos “Ironias do amor”, um filme perfeito, daqueles que retratam um romance inocente, bem à minha maneira. De repente era dia 16. De repente eu já estava sem meu pai há oito fatídicos e extensos meses.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Voltei ao trabalho e à minha rotina, desta vez sem PREX, o que me causou certa nostalgia. Como de costume, a Lidi me deu “a boa notícia do dia 16”: ela marcou seu casamento para 11 de maio de 2013, e teria marcado para o dia 16 se houvesse uma data conveniente, só pra tentar me deixar como lembrança algo feliz e marcante no mesmo dia em que minha vida perdeu o sentido. Como boa notícia pouca é bobagem (parafraseando a Claudinha com o seu “egocentrismo pouco é bobagem”), passei o dia com o Otávio, que de maneira impressionante quase faz com o que o dia 16 pareça outro qualquer. Eu disse quase. O jeito que ele me olha parece demonstrar que entende minha dor e que é solidário a ela como ninguém. Detalhes desagradáveis tornaram o dia mais difícil pra mim, porque, infelizmente, há pessoas que não respeitam a dor e o espaço alheios, pessoas para as quais verdadeiramente “egocentrismo pouco é bobagem” (mais uma vez parafraseando a Claudinha). Mas tudo bem... O dia passou.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Uma marca eterna foi deixada em meu coração no dia 19. Executamos a primeira mostra pública no Projeto dos sonhos e, claro, não haveria melhor lugar para fazê-lo a não ser no Hospital do Câncer, que realizava também sua 8ª Campanha Liga da Mama. Na ocasião, o deputado federal Heuler Cruvinel anunciou ao expressivo público o repasse de uma verba no valor de R$ 3 milhões para o HC... Ainda não sou mãe, embora acredite compreender o significado de ser, mas naquele momento era como se um filho meu estivesse recebendo o tão esperado benefício. Não consigo explicar esse sentimento pelo hospital... Enfim, o filme emocionou a muitos, em especial uma professora que, após pedir o uso da palavra, chorou e nos fez chorar também. “Isso é o que eu chamo de trabalho de conclusão de curso, e não aquela papelada que entregam pra ficar arquivada na faculdade”. Justamente, nobre e desconhecida professora. Trata-se da tentativa de promover mudança e ajudar o próximo, que nem precisa ser tão próximo assim... Pode ser de longe, mas não deixa de ser próximo.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Antes que pudesse morrer de tédio sem o meu amigo PREX, lá estava ele de volta. Dia 23 era o prazo limite para a entrega e nós não tínhamos tempo a perder. É claro que, como de costume, as coisas não aconteceriam de maneira fácil pra nós. Com muita dificuldade (o que nos instigou a crescer durante todo o processo de produção do trabalho), conseguimos entregar o material dentro do tempo estabelecido. Assim acabava a nossa saga, ou a praga do PREX. E não foi só o Projeto dos sonhos que nasceu neste mês... A Ana Beatriz também, saudável e faminta. Aliás, esse foi um mês de muita comemoração... No dia 24, a Gaby completou seus quatro aninhos. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Após as duas únicas provas da faculdade, sendo a última no dia 30, eu estava de férias, pelo menos academicamente falando. Aliás, o último dia de aula foi triste, já que era também a despedida dos colegas de jornalismo e publicidade que concluíram seus cursos. Apesar de já ter apresentado o TCC, eu ainda tenho um semestre pela frente. </span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><div style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Acabava então o meu doce novembro, que deveria abrir precedentes para um dezembro tão doce quanto. Acontece que dezembro é meu mês preferido, dado o amor que sinto pelo Natal. Isso me dá medo, porque vai ser o primeiro sem... Bom, sofrer por antecipação é tão eficiente quanto mastigar água e, além do mais, esse é assunto para outro texto. Feliz novembro!</span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial; font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"><br />
</span></span><br />
<div style="line-height: 150%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial; line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">“Flores de maio, sol de verão, a primavera está chegando... É o fim da solidão. O pardal encontrou casa e a andorinha ninho para si... E eu os Teus altares. Nuvens e raios sobre o sertão, avisa lá que está chovendo... É o fim da sequidão. Diz ainda que a gente conseguiu sobreviver à dor e Deus mandou a chuva. Primavera e verão, no outono ou inverno, então, o Senhor é o meu Pastor. Na alegria e na dor, eu confio em Ti, Senhor. Nada vai me separar do Teu amor"! </span></span></div></div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-60808418201575801462011-11-23T02:15:00.000-08:002011-11-23T02:17:31.513-08:00Chuva de bênçãos<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Para muitos, sinal de tristeza, incômodo pra quem tem algum compromisso e inimiga dos cabelos, principalmente no que diz respeito às mulheres. Pra mim, sinônimo de bênção e renovo. A chuva anunciou a chegada de bons momentos naquela sexta-feira, dia 14 de outubro. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Pane na rede elétrica, a faculdade alagada e em trevas. Mas no meu coração brilhava forte a luz da esperança... Eu sabia que Deus tinha algo reservado para aquele final de semana. Tinha que ter. Não tinha?</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Quem veio pra ser bênção é bem-vindo e pode chegar”, já dizia a moça que apresenta o Morada Gospel. Concordando plenamente com ela, recebi em casa duas pessoas que representam exatamente isso pra mim: BÊNÇÃO. Não porque não têm problemas, porque elas os têm. Elas choram, sofrem, têm crise existencial e de mau humor. E quem pode culpá-las por isso? Elas são bênçãos na minha vida, não porque me deixam confortável com palavras apaziguadoras. Elas são bênçãos porque decidiram que seriam assim. Talvez porque obedecem à Palavra, a qual diz “sê tu uma bênção”, ou talvez porque sua própria natureza permite que transitem entre a sabedoria e o altruísmo. Paulinha e Naná, minhas bênçãos do dia 16...</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Minha história com a Naná perpassa os anos. Deus nos fez primas e o amor nos fez irmãs, melhores amigas, confidentes, cúmplices e agentes de uma missão em comum (ela tem até uma capa de espiã). Orei pela salvação dela durante quatro anos, por isso a considero minha filha, espiritualmente falando. Tive a honra imensurável de ser usada pelo Senhor para que ela se convertesse e a alegria inenarrável de caminhar com ela em direção ao púlpito, na ocasião em que entregou sua vida a Jesus. Jamais me esquecerei de seus primeiros passos, ainda tão desequilibrados e vacilantes. O medo que tinha do poder da oração... “Neguinha, Deus atende nossa oração, certo? Então, se eu cantar essa música da Fernanda Brum que diz ‘dai-me filhos’, eu vou engravidar”? Hoje, ainda me espanto ao olhar pra ela e ver o quanto cresceu. Minha menina já caminha sozinha, com seus propósitos, sonhos, sua fé firme e santidade ao Senhor. Nem preciso dizer o quanto isso me enche de orgulho.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Ela é especialista no que diz respeito à minha vida. Sabe todos os meus segredos e fraquezas. Acompanhou as minhas crises e sempre me abraçou até a dor passar. Nunca me julgou, apesar de apontar minhas falhas quando necessário. Ela me respeita tanto que nem sei. Entende quando não quero falar e ainda acrescenta: “Já sei, Neguinha. Tudo tem um propósito e você só vai me contar o que aconteceu quando o problema estiver resolvido”. Exatamente. Nós duas passamos por momentos tão difíceis, mas a amizade verdadeira não pode ser destruída. Hoje e sempre estamos juntas e nem a morte pode nos separar, porque ambas temos a promessa de vida eterna ao lado do Pai. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">E por falar em pai, ela soube me compreender quando perdi o meu. Na verdade, nós sofremos juntas, já que ela também havia perdido um grande amigo. Amigo que cantava pra ela, que ligava e prometia morango com leite condensado. Talvez por isso ela não cobrasse minha exclusiva atenção naquele momento tão amargo. Ela me entendeu e respeitou porque também estava sofrendo, porque sua vida também foi tocada pelo Dr. Xingu. Fomos o consolo uma da outra. Um abraço e mais nada... Era o que precisávamos. E tivemos. Eu a abracei pra tentar amenizar a sensação de perda, e ela fez o mesmo. Naná, minha Naná, minha eterna Naná. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">A Paulinha é um caso à parte. Nos conhecemos por um propósito de Deus, eu creio. Nada premeditado, nada de ensaio... Exatamente como o Senhor sonhou pra nós. Um ícone pra mim, pessoa digna de ser imitada, instrumento abençoador da minha vida. Talvez tenha sido quem mais marcou minha história na ocasião em que passei pelos meus piores dias. Amparou a mim e à minha família em oração, foi fortaleza pra minha irmã, se preocupou com a minha mãe, nos ajudou como pôde e fez muito, muito por nós. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Ela acreditou que havia esperança pra mim e me conduziu em direção a ela. Repetidas vezes me disse: “Muri, eu creio que você ainda vai dançar sobre a dor”. Mesmo sem perspectiva à época, acreditei tanto nessas palavras que elas tornaram-se um respaldo pra mim. Eu queria crer, porque sabia que Deus não podia trair a Si mesmo, deixando-me perecer em meio à dor. Com a compreensão de que se eu quisesse viver pra glória de Deus jamais poderia ficar presa à tristeza e entregue ao desespero, literalmente fiz cumprir em minha vida a palavra profética que recebi da Paulinha. Sobre um tecido preto, representando a perda, a morte e a tristeza, dancei e me entreguei totalmente, desta vez não mais às lágrimas, mas à vontade do meu Pai, aos propósitos dEle pra mim, a despeito da dor e da saudade. Serei eternamente grata a Deus por ter marcado tão positivamente minha história através da Paulinha. Jamais vou me esquecer de tudo o que ela fez e continua fazendo por mim. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Pois bem, essas duas pérolas foram enviadas até mim, pelo próprio Deus, e com elas veio a chuva, a bênção, a paz, o prazer de boas companhias, o falar sem medo, o ouvir com amor. Na verdade, vivemos uma grande aventura juntas. Sexta-feira, 11 da noite, sozinhas em casa, sob forte chuva, sem nenhum dote culinário. Após uma pequena confusão com a troca do nome de estabelecimentos comerciais (né, Paulinha?), tudo acabou em pizza. O culto familiar com as duas foi ouro. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">No sábado, tive que deixá-las pra ir ao trabalho e à reunião de PREX. Aproveitamos muito os momentos que nos sobraram e a rara companhia da Vanilla. Depois, um crepe francês e uma improvisada reunião de bubiças fez com que aquele dia se aproximasse muito da perfeição. Quando o relógio, alterado pelo horário de verão, anunciou a chegada do dia 16, a sensação típica dessa data rondou meu coração, mas foi expulsa pela presença das minhas duas bênçãos, além da Claudinha e do Lindeza, que comemoravam na ocasião seu aniversário de seis meses de casamento. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">O domingo começou com chuva, o que já me deixou muito feliz. O almoço em família deu ênfase ao lindo dia que fazia lá fora. Infelizmente as meninas precisavam voltar pra casa e eu pra realidade do PREX. Mas espera aí! Ainda estava faltando algo. Chuva, ótima companhia e... Isso! Faltava um açaí pra eu ficar completamente realizada. Após a saga pra conseguir um ônibus pras minhas hóspedes, chegou o tão esperado momento. Meses após, naquele dia voltei a tomar açaí. Foi quase que um momento de glória, digno de fogos de artifício e corações estourando no ar. Depois de me despedir da Paulinha e da Naná, já com muita saudade, fui pra reunião de PREX. Algo estava errado... Aliás, estava muito certo, exatamente como Deus gostaria que estivesse. Pela primeira vez em sete meses, eu estava FELIZ no dia 16. Mas espera! Não era esse o dia que marcara para sempre a minha vida, com tristeza e perda? Não era nesse dia que, mesmo inconscientemente e contra a minha vontade, eu chorava inconsolavelmente e evitava contato com as pessoas? Sim, era esse o dia. É por isso que o amor e a fidelidade de Deus me deixam constrangida. Eu estava sorrindo, e o que é melhor, sorrindo com sinceridade, com aquele sorriso que não se desfaz, que permanece no rosto e faz com que pareçamos bobos. De repente percebi que eu estava dançando sobre a dor. Senti que Deus sorriu pra mim. Senti que Ele estava feliz pelo meu progresso, que estava satisfeito com o trabalho que havia realizado através das meninas na minha vida aquele dia. <br />
Na reunião de PREX, recebi um zilhão de abraços do Walter Filho que, mesmo sem saber, também foi usado por Deus pra me abençoar. Pra mim, um abraço vale mais que uma declaração pública de amor... Ainda mais os abraços felísticos do Waltão, que fizeram com que eu provasse do meu próprio veneno. Dessa vez a Lidi não me deu nenhuma boa notícia, porque o próprio Deus se encarregou disso. “Filha, tá vendo como hoje você dançou sobre a dor”? </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Se o dia terminasse ali, eu ficaria satisfeita, porque fui feliz o tanto quanto pude. Mas é claro que Papai do céu havia preparado algo além... Acontece que no dia seguinte o meu pequeno Morada Gospel completaria um aninho de vida e o coração da mamãe coruja não se agüentava de tanta felicidade. A programação daquele domingo começou com Fernandinho cantando “Todas as coisas”, exatamente como na primeira apresentação do MG, em 17 de outubro de 2010. Duas coisas sempre me surpreendem: o amor de Deus e o carinho dos meus preciosos ouvintes. Melhor que ter um programa de sucesso em uma emissora de rádio, é ouvir depoimentos como: “Muriele, eu conheci a Deus através de você”; “minha família foi restaurada pela palavra que ouvi certo dia no Morada Gospel”... Assim eu me sinto útil, sinto que ainda não acabou, que ainda tenho algo pra realizar nessa Terra e que preciso combater o bom combate pra só depois encerrar a carreira e guardar a fé. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">O mais interessante é que eu não sou a única a ser usada por Deus pra abençoar vidas através do Morada Gospel. Meus preciosos ouvintes são eficientes instrumentos nas mãos do Pai e abençoam tanto minha vida que nem sei dizer. Cada palavra que recebo, cada carta, e-mail, mensagem ou ligação... “Muriele, estou orando por você. Não desista, você vai conseguir”... Tudo isso é adicionado à minha história de vida, a qual está sob o controle de Deus. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">E quem disse que o Morada Gospel não pode receber presentes? Adivinhem o que ele ganhou da tia Claudinha!? Um sapatinho lindo, pra comemorar seus primeiros passos, alicerçados na Palavra de Deus. Apesar de a cor do presente ser um tanto duvidosa (sapato rosa para um menino), a mamãe amou e ficou grata pela atenção. Na verdade, o detalhe da cor traz consigo um significado importante... O programa não faz acepção de pessoas, assim como o Pai da eternidade. Não importa a religião, a classe social, o sexo, o grau de instrução... Quem veio pra ser bênção é bem-vindo e pode chegar!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">A propósito, faço questão de transcrever a cartinha que o MG ganhou (ou eu ganhei) no dia de seu aniversário. Obrigada, tia Claudinha. Nós te amamos!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Querida Muriele...</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Quando olho pra você e te vejo cada dia mais feliz e realizada, me sinto muito feliz... Porque aí consigo ver o quanto o seu programa cresceu e vejo tudo o que você conquistou e conquista a cada dia através dele. Apesar de não conseguir ficar acordada todos os programas para ouvir sua mensagem até o final, quero te dizer que eu me sinto privilegiada.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Primeiro te dizer que seu programa é uma bênção porque a mãe dele é uma bênção!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Segundo porque eu me sinto feliz em poder ter você como amiga, como irmã, de ter a liberdade de te ligar na hora do seu sono da beleza (eu nem ligo se você não me atende), de poder ir na sua casa, de saber que você se sente bem na minha... De saber que você ama a minha família e me respeita como sou, com todos os meus defeitos, e escuta meus lamentos e eu sei que, concordando ou não, você está sempre do meu lado. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Eu sei que você ora por mim... Eu sei, amiga... Eu sinto...</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Então eu fico feliz, porque sei também que esse é um privilégio que poucos têm, e Papai do céu me deu... Mas para não ser injusto com as outras pessoas, nasceu então o Morada Gospel, onde você tem a oportunidade de abençoar vidas, de orar por pessoas que você nem conhece, de ajudar vidas que você às vezes nem tem noção de como estão quando ligam o rádio pra te ouvir, pra ouvir a Palavra de Deus. É bom saber que pessoas estão sendo abençoadas através da sua vida... Melhor ainda é saber que Deus te abençoa e renova as suas forças a cada programa, a cada testemunho. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">A minha oração hoje é para que Deus continue abençoando os seus passos e os passos do Morada Gospel... Que o seu programa continue sendo iluminado pelo amor de Deus... E eu estou aqui torcendo muito por você e para você.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Parabéns, amiga! Este dia é seu! 17/10/2011.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Amo você! </span><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVTPL7cFkpVqqsqjAy5vQLvrEoyZvAQKF0uUGoc2DsMVaBsg9cyg7w8xqTL_tUNOpzpf05ZYvQRrA1GvXH0BCtjbR6cuRbU3X1UpcnaF39wU3UfBCLI908chH9YklzQ0uOKrMtaq9VZEA/s1600/Morada+Gospel+002.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="210" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVTPL7cFkpVqqsqjAy5vQLvrEoyZvAQKF0uUGoc2DsMVaBsg9cyg7w8xqTL_tUNOpzpf05ZYvQRrA1GvXH0BCtjbR6cuRbU3X1UpcnaF39wU3UfBCLI908chH9YklzQ0uOKrMtaq9VZEA/s320/Morada+Gospel+002.jpg" width="320" /></a></div></div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-15704249206285082382011-10-17T03:26:00.000-07:002011-10-17T03:26:48.660-07:00A vida tem a cor que a gente pinta<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Preciso que acreditem em mim! Eu não faço de propósito... Não escolho escrever apenas quando se aproxima o dia 16, mas devo dizer que é involuntário. Quando estou feliz e saltitante, tenho muitas formas de expressar essas emoções. Ao contrário disso, quando estou triste, encontro nas palavras uma eficiente ferramenta de canalização da dor. Portanto, permitam-me? Obrigada.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Esse dia 16 é um tanto diferente dos demais. Novas perspectivas pintam um quadro no qual constam também esperança de dias melhores e fé em um futuro desenhado por Deus, embora a saudade insista em entrar em cena, mesmo que camuflada logo aí, atrás daquela mistura de cores. Consegue ver? Talvez não perceba porque não perdeu alguém tão importante quanto a pessoa que perdi. Mas, caso se interesse em saber, a tinta fresca, mesmo que tão competente no tocante ao seu dever de colorir, não pode ofuscar a ausência de uma pessoa amada. Acontece que, na pior das hipóteses, aprendi que a vida tem a cor que a gente pinta. Então, meus caros, se tenho cor-de-rosa, verde, amarelo, azul, lilás e vermelho nas mãos, não posso ser omissa a ponto de inutilizar tão vivas cores e substituí-las pelo cinza e o preto. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Pincel e tintas felizes em mãos, vejam só o que consegui fazer!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Primeiro tenho que falar da fidelidade de Deus, mais uma vez demonstrada a mim na ocasião da minha terceira banca de PREX (Projeto Experimental, que equivale à monografia). Como Papai do céu nunca conseguiu entender o significado da palavra “impossível” (acho que é muito complexo pra Ele imaginar a possibilidade de não conseguir fazer algo), Ele foi lá e fez. Fez o quê? O melhor, o mais lindo, o mais agradável, o mais perfeito, que se traduz em Sua vontade. Eu e meu grupo saímos da faculdade maravilhados. Confesso que não fiquei surpresa... Porque sei em QUEM confio. Sei o Deus que Ele é pra mim e que não decepciona aos que nEle confiam. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Enquanto eu comemorava, mâmis se divertia lá no Mato Grosso, visitando nossos amados familiares. Com ela e a Vânia, o marinheiro de primeira (de muitas que virão) viagem, minha mais linda bênção de olhos verdes, Otávio. Minha mãe estava mesmo precisando dessa viagem, assim como eu estava precisando da minha...</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Sim, eu tirei uns dias de folga! Por incrível que pareça, dois anos e sete meses depois (com exceção de alguns dias quando fui ao casamento da Lu), decidi me afastar de todos os meus empregos e demais responsabilidades, mesmo que por pouco tempo, pra fazer a viagem dos meus sonhos. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Adivinhem! GRA-MA-DO foi o destino escolhido. Na verdade (percebam o quanto Deus é lindo), nem fui eu que fiz tal escolha. Foi uma surpresa! “Muriele, organize uma viagem pra Gramado. Sei que é seu sonho e você está mesmo precisando”. CLARO! Era meu sonho e, de fato, eu já não suportava a pressão de tudo e todos. Mais surpresa ainda eu fiquei ao saber que a Claudinha queria ir comigo. Quando penso no sacrifício que ela fez, agradeço a Deus por tê-la como amiga. Não é fácil ir àquela cidade linda, ver tanta gente bonita, sentir frio e tomar chocolate quente! Brincadeiras à parte, sei o quanto isso custou a ela... Deixar o Lindeza sozinho já diz tudo. Minha eterna gratidão à minha pequena Minnie. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Nem precisava dizer, mas eu faço questão! GRAMADO É A COISA MAIS LINDA DO MUNDO! É meu sonho de consumo... Inclusive é um lugar propício à minha felicidade, já que tem uma igreja, um cinema, um jornal, Papai Noel o ano inteiro, frio predominante, chocolate quente e gaúchos que dispensam comentários. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Vivi dias incríveis lá. Dias esses que jamais serão esquecidos. Eu agradeci a Deus por cada momento que Ele me proporcionou ali, tão perto dos meus mais lindos sonhos, em nítido contraste com os dias maus que passara aqui. Era o fôlego do qual eu precisava, o estímulo para mais algumas milhas de caminhada. Eu voltei renovada e feliz, crendo que essa história de Rio Grande do Sul não podia acabar assim. Confesso que, por alguns motivos específicos, um pedaço do meu coração ficou lá. Nada mais justo que voltar para buscá-lo, ou deixar o restante com a parte que não quis vir. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Nessa viagem aprendi lições que vou levar pra vida toda... Através de um livro que a Claudinha comprou só pra me emprestar, verdades bíblicas foram reativadas na minha memória. Lembrei-me que o caminho de volta pra casa passa pelo deserto; não o contorna nem nega sua existência. Deus chega trazendo consolo aos exilados, exatamente onde a vida deles está mais árida e difícil, e o sentimento de perda, mais profundo. O exílio desértico da dor e da perda traz consigo uma sensação de deslocamento, culpa, falta de lar, desespero quanto ao futuro e incerteza sobre como continuar vivendo. É comum procurar nos afastar dessa dor torturante ou tomar o caminho mais fácil. Mas a dor não diminui por nossa negação ou fuga. O deserto deve ser, e será, cruzado. Lembrei-me que devo confiar em Deus e ter a certeza de que Ele está comigo no deserto. Lembrei-me que devo esperar.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Curiosamente, porém, eu avanço enquanto espero. Porque esperar no Senhor não significa recostar-se passivamente, mas tem a ver com uma atitude de ávida esperança concentrada no próprio Senhor. Esperar nEle significa abraçar de novo a vida, tendo sido capacitada por Ele mesmo pra isso. Quando confio no Seu amor, ocorre uma troca milagrosa... A Sua força entra no lugar da minha fraqueza. Quer voando, correndo ou caminhando, pela graça de Deus, avanço a qualquer passo e em qualquer caminho que o Senhor me dirigir com sabedoria. Afinal de contas, não posso me entristecer como aqueles que não têm esperança. No entanto, sei que tenho o direito de chorar, porque o próprio Jesus o fez.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Lembrei-me que, quando somos afligidos pela tristeza e perda, dependemos de Deus para a libertação e o redescobrimento de direção para prosseguirmos com esperança e propósito. Essas verdades marcam, de forma redentora, a vida de quem sobreviveu para testemunhar e também a vida de quem cujos ouvidos permaneceram abertos na tentativa de aprender com experiências alheias. Lembrei-me também que Deus estende Sua mão para proteger especialmente os que não podem se defender, ou seja, os símplices (sim, PJ, Renato, Lindeza e Claudinha, eu descobri o significado de “símplices”; e não é o plural de “simples”, viu) que foram derribados pelos duros golpes da vida. Aqueles cuja fé de criança os ensinou a serem humildes reconhecem que são fracos e indefesos e se voltam confiantemente a Deus. Posso dizer que isso aconteceu comigo. Ao confiar no que Papai do céu estava fazendo, sem tentar persuadi-Lo (mesmo sabendo que não teria sucesso) a agir de acordo com o que eu esperava, me derramei em Sua presença. E, querem saber? Ninguém sai da presença de Deus vazio, exceto os que já estão cheios de si. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Na volta pra casa, trouxe na bagagem um quadro lindo com a imagem colorida de Gramado. As cores eu levei na mala, porque eu sou a única responsável pelo que faço da minha vida e pelo tom que dou a ela. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">E por falar em quadro, estou terminando um lindo. Nesse estou caprichando especialmente, já que trabalho nele há um ano... Chama-se Morada Gospel. Mas calma! O fato de estar terminando-o não representa seu fim. Nele eu vou dar retoques uma vez por semana (aos domingos, pra ser mais específica), até que a obra seja concluída e devolvida a Deus, que me deu. Mas esse é assunto para um novo post. Quem vai dar presente nesse aniversário de um aninho do MG? Quem? Quem? A mamãe dele (eu, no caso) está de braços abertos pra receber as congratulações. Marquem na agenda! É dia 17 de outubro (um dia depois do dia 16)!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFPfL2S3QdxkN4T5BB8uUebXiZXO-z5WJjyHEZnGT7a_-KjiPFbflGjSeAID_5Vr2xHF3aq8f6txIIMn2DRBeVmzaL2-wPqfONavahdhlkT8qB9sfJ1sYrOmoJhmeEOti18H5LOaMDxjI/s1600/DSC03001.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="292" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFPfL2S3QdxkN4T5BB8uUebXiZXO-z5WJjyHEZnGT7a_-KjiPFbflGjSeAID_5Vr2xHF3aq8f6txIIMn2DRBeVmzaL2-wPqfONavahdhlkT8qB9sfJ1sYrOmoJhmeEOti18H5LOaMDxjI/s320/DSC03001.JPG" width="320" /></a></div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-510119516147624362011-09-22T03:12:00.000-07:002011-09-22T03:17:33.614-07:00A bênção do dia 16<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Engraçado eu não ter postado nada no dia 16... Parece até que sabia que havia algo mais pra contar.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Seis meses sem meu pai... Ao abrir os olhos, meu primeiro pensamento foi: “o que será que Deus quer falar comigo hoje através dos meus amigos”? Isso porque eles sempre me surpreendem com seu cuidado e seu carinho. As mensagens começaram a chegar logo pela manhã e, ao final da tarde, a boa notícia. A Lidi fez consigo mesma um compromisso de me dar uma boa notícia todo dia 16. Não sei até quando vai durar, mas confesso que isso tem servido como estímulo pra mim. Fico como uma criança esperando um prêmio pelo bom comportamento. E a notícia que chegou não foi boa, foi ótima, foi resposta às minhas orações, foi a prova da fidelidade de Deus. “Murizinha, o ‘ti’ Zé tá vindo na quinta-feira, um dia antes da banca”! Se eu não conhecesse de perto o Deus a quem sirvo, não acreditaria no que ouvi. Me lembrei da música que o Pedro cantou pra mim ao telefone dias antes... “As ondas tentam me desesperar, me desacreditar. Os ventos dizem que tudo isso é bobagem, e o que vale é a realidade. Mas em Suas mãos eu posso ter força pra seguir e não olhar pra trás. Só quero ouvir Sua doce voz a me dizer: ‘vem sem medo, vem’. Eu quero andar sobre as águas, sem medo de me afogar. Mesmo que os ventos me façam temer, olhando em Seus olhos e segurando em Suas mãos, eu sei que está tudo bem”. E estava tudo bem mesmo. O senhor José Gouveia garantiu que viria. Se você não faz idéia do que se trata, permita-me explicar...</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Eu e meu grupo estamos fazendo o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) que, no nosso caso, chama-se PREX (Projeto Experimental). Estamos produzindo um vídeo-documentário sobre o Hospital do Câncer de Rio Verde, com o intuito de apresentá-lo para a sociedade e contribuir para que ele funcione plenamente o quanto antes. O senhor José Gouveia foi quem fundou o hospital, após ter perdido a filha, Angélica, em um acidente. Resumidamente, ele é essencial para o nosso filme e estávamos expostos ao risco de não tê-lo como personagem e de nem ao menos chegar à banca com nosso material. Enfim, Papai do céu não dorme e sabe perfeitamente o que faz. Ele não perdeu o controle da nossa história em nenhum instante sequer. Já O contratei pra ser o diretor do filme e isso é o bastante para que eu possa descansar e esperar o melhor.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Boa notícia à parte, fui pra faculdade, como em qualquer outro dia. Chegando lá, recebi um zilhão de abraços intensos até conseguir chegar na sala de aula. O dia 16 mexe não só comigo, mas com todos os meus amigos também. Aula de Economia e, na pior das hipóteses, eu estava bem. A temida hora do dia, 20:30, passou sem maiores danos. De repente, uma notícia que me preocupou. Um acidente com um ônibus escolar da zona rural. Meu Deus! A Duda e o João Vítor! Uma colega de classe me acalmou ao garantir que a tragédia havia acontecido às três da tarde. Nesse horário, era impossível que os meus pequenos estivessem na estrada. Uma garotinha de seis anos perdeu a vida no acidente, assim como o motorista do ônibus. Para os desavisados, o veículo passou por um fio de alta tensão, caído pela estrada, o que vitimou duas pessoas. O ônibus foi totalmente carbonizado.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A professora que “coincidentemente” acompanhava a turma tirou os alunos pela janela, enquanto que a garotinha que foi eletrocutada tentou sair pela porta. O motorista tentou ajudá-la e também foi atingido pela descarga elétrica. Uma grande tragédia, minutos de terror assistido por aproximadamente 20 crianças. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Chegando em casa, a constatação do meu medo. Minha mãe estava ao telefone e, ao me ver, disse: “acho que ela já soube, na faculdade”. “Mãe, a Duda e o João Vítor”? Ela acenou com a cabeça dizendo que sim. Senti medo, desespero e gratidão ao mesmo tempo. “Eles estão bem”, minha mãe afirmou. Tive receio, porque haviam me garantido anteriormente que o acidente acontecera às três da tarde quando na verdade ele aconteceu ao meio dia. Precisava vê-los pra ter certeza.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Nunca o devocional do culto familiar foi tão certeiro quanto nesse dia, a começar pelo título, “Desespero”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A leitura bíblica veio a calhar: “Que direi? Como prometeu, assim me fez; passarei tranquilamente por todos os meus anos, depois desta amargura da minha alma” (Isaías 38.15)... “O Pai fará notória aos filhos a Sua fidelidade” (Isaías 38. 19b). O texto para reflexão não poderia ter sido mais perfeito... Falava da perda de pessoas amadas e de como o Espírito Santo nos consola nessas ocasiões. “Tudo é muito difícil quando a crise chega, invade e derruba. Só erguemos lamentos, e Deus, mais do que ninguém, compreende. Feito homem, soube o que foi padecer e sentir dores. Nessa hora, se existe algo a fazer, é lembrar que quanto mais profunda a ferida, maior é a mão curadora de Deus. Maior a mão que enxuga as lágrimas. Maior o colo onde nos resta o descanso. O sentimento desse instante é falho. Vai passar. O amor de Deus e Sua paz excedem todo o entendimento e agirão daqui a pouco”. Olhei em volta, vi minha mãe e minha irmã, a família que tenho agora. Deus, como homem da casa, estava lá também. Foi um momento marcante e acalentador.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">No outro dia, tinha tantos afazeres que nem poderia me dar o prazer de ver a Duda e o João Vítor. O PREX esgota toda minha energia, meu humor e afins. Precisava estudar, já que era aquele o último fim de semana antes da temida penúltima banca. Mas, como eu sei que para tudo existe um propósito e um tempo, tivemos uma “folga” e eu aproveitei para, imediatamente, visitar meus pequenos.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Não sabia exatamente o que fazer quando ao chegar na casa deles. Não sabia se deveria dizer algo e nem se eu tinha condições emocionais e equilíbrio psicológico suficientes pra lidar com o momento. Ao fazer a curva que dava para a casa rodeada por árvores, avistei os dois de pé nos esperando, como sempre faziam. O sorriso parecia o mesmo de antes, assim como o abraço, apertado e sincero. E que abraço! A Duda me apertou tanto, que eu pude provar do meu próprio veneno, já que meus amigos reclamam constantemente a respeito do meu amor felístico. Antes que eu pudesse dizer algo, ela começou a tagarelar: “Neguinha, eu tomei choque, mas não chorei. Eu não fiquei com medo, é verdade. A tia Telma me tirou de dentro do ônibus. Eu tava presa no cinto, e não saía, não saía, não saía. Meu irmão me ajudou. Olha meu machucado”. Falar o quê? Tive que conter as lágrimas ao abraçá-la novamente. Ela tinha histórico emocional suficiente para resultar em um trauma, portanto, não precisava (nem podia) presenciar meu desabafo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Ela disse que não quer mais ir pra escola de ônibus e que por isso vai se mudar pra casa da “mãe Verinha” (vó dela e minha tia, Vera). Continuou falante e enérgica, contando detalhes do acidente. Ao contrário do João Vítor, que se limitou a dizer que estava bem e que o “tio Izoel (motorista) estava muito alegre naquele dia”. Era aniversário dele (João) e, a pedido da mãe, levou o celular que ganhara de presente pra escola, sob a justificativa de que toda a família gostaria de parabenizá-lo. Nesse detalhe vejo um propósito de Deus. Assim que conseguiu sair do ônibus, enquanto a professora Telma retirava os demais alunos pela janela, ele ligou pros pais e pediu socorro, dizendo apenas que o ônibus havia se envolvido em um acidente e que “o tio Izoel” estava machucado.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A partir de então, a equipe médica e o corpo de bombeiros foram acionados e prestaram socorro às vítimas. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Os meninos tiveram dificuldades pra dormir na noite anterior. A Duda não conseguia esquecer a imagem da coleguinha sendo eletrocutada. Ela afirmou ter visto “o bracinho da Lorrane pipocando e o pescocinho estralando”, como se fosse muito adulta pra se referir a uma criança dessa maneira. “Eu vi também a perna do tio Izoel pegando fogo”, ela insistia no assunto. Por mais que eu quisesse dar a ela toda a atenção necessária e ouvir suas incontáveis histórias, àquela altura não tinha mais condições emocionais para tanto. Aproveitei o convite do João pra jogar bola e tentei distrair os dois. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">“Eu sou o Neymar”, ele gritou, e logo após me corrigiu dizendo que eu não poderia ser o Robinho (como gostaria), e sim, a Marta. Concordei e a partida começou. Eu e a Duda contra ele. Devo dizer que os dois são bem melhores que eu. Dez minutos depois, eu já não me agüentava sobre os pés. A botina tava apertando meus dedos e o fôlego não colaborou nada, nada, pra que houvesse o segundo tempo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Apesar de ser péssima no futebol, tive grandes lições naquele dia. Duas crianças, tão pequenas e marcadas por uma tragédia. Os dois, a despeito das lembranças daquele fatídico acidente, vão seguir suas vidas normalmente. Vão sorrir, jogar bola, fazer pose pras fotos e correr atrás da Neguinha (não eu, mas a cachorrinha deles). </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Por vezes me perguntei pra Deus por que Ele escolheu o dia 16 de setembro pra permitir que aquela tragédia acontecesse. Talvez pra dar um presente lindo de aniversário pro João e pra todos que o amam (a vida dele e da Duda de volta). Ou pra me mostrar que coisas boas podem acontecer nesse dia. “Aprendi que tudo belo Tu fazes em Teu tempo”. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Seja bem-vindo, dia 16. Se veio pra ser bênção, pode chegar. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg7Y_-UlRwjGw8PaXeivGK5WBk5dnJd_02SxkPPmkDeRM0weryLNOEvnNqbJFbmLZ9bT1fBOY4rvnTYG-IjONafP7hoGkTtT-vUXiHQyfhpPSqC5twmFSi6fpQSOI89SYw56i49C8694I/s1600/DSC01549.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" hca="true" height="315" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg7Y_-UlRwjGw8PaXeivGK5WBk5dnJd_02SxkPPmkDeRM0weryLNOEvnNqbJFbmLZ9bT1fBOY4rvnTYG-IjONafP7hoGkTtT-vUXiHQyfhpPSqC5twmFSi6fpQSOI89SYw56i49C8694I/s320/DSC01549.JPG" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">Duda e João Vítor</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-25280945335127416332011-08-16T11:58:00.000-07:002011-08-16T11:58:09.933-07:00Sou feliz com Jesus, meu Senhor<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Dia 16 de agosto... São cinco meses já. Hoje eu não quero lágrimas, não quero tristeza...</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Se eu não conseguir ser feliz com Jesus, com quem poderei fazê-lo? Já nasceu um novo dia... Posso levantar e viver. Descobri o sorriso de Deus e encontrei motivos pro meu. Afinal, há razões para comemorar... Uma das pessoas que mais amo comemora a vida nesse dia. Justamente o João Neto... Sim, aquele que me deu a pior notícia da minha vida. A boa notícia é que, dessa vez, o amor que sinto por ele vai salvar o dia.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Papai do céu fez algo lindo em meu coração durante a ministração do Fernandinho, no dia 09 de agosto. Em seu último CD, ele gravou uma música linda... “Sou feliz com Jesus, meu Senhor”. A impressão que eu tinha ao ouvi-la era a de que o compositor a criou no auge de sua realização pessoal e em meio à felicidade plena. Me enganei.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Fernandinho contou que o compositor da música teve inspiração para escrevê-la após o naufrágio do navio no qual estavam sua esposa e seus filhos. Após momentos de desespero, em busca de notícias sobre a família, o tal homem conseguiu falar com a esposa. Ao ouvir a voz da amada, o coração dele se aquietou. Até certo momento. Após uma longa pausa, a mulher disse: “eu estou bem, porém sozinha”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Sim, os filhos, todos eles, haviam morrido no desastre. No auge da dor, quando a alma chorava e faltava ar, o pai de família pegou papel e caneta e conseguiu rabiscar algo... <br />
“Sou feliz com Jesus, meu Senhor”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">No processo de gravação do CD no qual consta a música em questão, Fernandinho recebeu uma notícia triste. Sua irmã, de 34 anos, estava com câncer em estado terminal. Pouco tempo depois ela partiu pra eternidade e lá estava ele repetindo a canção do compositor ferido, porém confiante: “Sou feliz com Jesus, meu Senhor”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">E hoje, a Muriele, há cinco meses sem o pai, a despeito da dor e das dúvidas, abre o coração e sinceramente canta: “Sou feliz com Jesus, meu Senhor”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; tab-stops: 275.25pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">P.s.: O texto abaixo é de um autor desconhecido (pelo menos por mim) e me foi enviado pela minha amiga Claudinha em uma das minhas crises. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"></span><b><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Menina, não chore</span></b><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">"Pois somos feitos como poema por Deus, criados em Cristo Jesus para as boas obras, que Deus mesmo nos preparou de antemão para andarmos nelas" (Efésios 2.10).<br />
<br />
<br />
Cale-se. Hoje eu não quero o dia. Nem as cores, nem a escuridão. Quero ausência do externo. E é tão imenso o desejo da paz que me roubaram que </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">eu preciso desabafar os gritos de silêncio que me transbordam a alma</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">.<br />
Nem abraços, nem amores, nem um beijo delicado e muito menos um calafrio fogoso. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Não desejo sorrisos, nem lágrimas, nem longas conversas ou segredos desvendados</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">. Eu não quero nada.<br />
Me deixe derramar versos para o nada que persigo hoje, sem razão traçada, sem sentido preciso.<br />
Não quero compreensão nem dúvidas. Cale-se, por favor.<br />
Eu preciso de pelo menos um minuto de poesia pura, de música branda. De Deus. Preciso de mim, por mim mesma.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Não chore, menina.</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br />
</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Não quero ver as lágrimas no teu rosto tão pueril. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Foste criada rocha, foste criada amor. Só não chores</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">... A</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">inda que doa a alma, que os pés se cansem, que tudo na volta seja escuro d sem paz. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Lembre que o coração é criança arisca, serelepe, ingênua. Não o culpes por causar tanta dor, mas entenda que ele é dado a acessos infantis. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Apenas acalme a euforia de tua alma, e não deixe as luzes desviarem teu foco. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Tempos atrás eras menina entregue a sorrisos, entre as bonecas dos sonhos, entre as cirandas da infância. Agora, sentes a lágrima rasgar a face, explodir o peito, inflamar os olhos. Nem sequer perdeste a pureza de teu castelo, e já o vês ruir. A vida te puxou pela mão, cirandeando o amor com teu vestido florido sem nem mesmo arrancar a boneca de tuas mãos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Não chore, menina. Não haverá festas daqui por diante. O bolo enfeitado, o colorido da sala, todos eles fugiram durante teu crescer. Percebas que o mundo já não é mais o teu mundo, e o vento que sopra já não apenas te embala... Ele agora é contrário, ele agora é dor. A chuva, tua amiga de rodopios, tornou-se tempestade, e o sol, teu cavalheiro, agora queima teu chão.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Foste vítima da astúcia do coração. Creste no vão, na fábula. Agora vês que ele é laço sem volta, </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">roubou tuas sandálias, rasgou teus desenhos, calou tuas canções...</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Porém, não chores. O coração nunca cresce, é sempre o mesmo.</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Passa-se o tempo e ele cai nas mesmas ilusões. Cabe a ti, menina crescida, dominar a criança que palpita em teu peito. Não o sacies sempre, ou ele te seduzirá. Não o escutes ainda, ou te fará sentar e com ele projetar cidades. Entenda que ele é sonhador por natureza, é insensato, é vulnerável.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Sei o quanto é complicado calçar o amor quando ainda se tem pés tão pequenos. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Por isso te dou minha mão, para que te apóies no teu andar e firme teus passos sem tombos. E creia que existe alguém capaz de sarar as tuas lágrimas. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><b><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Ainda que os brigadeiros cessem, há um mundo novo esperando teu colorir. Pegue o papel e escreva um novo caminho, desenhe novas paisagens, sonhe uma nova canção. Entregue teu coração para Aquele que o fez, e Este o acalmará. </span></i></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"></span></i></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">E de todas as tempestades que ainda virão, terás paz.</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Não chores, menina. Agora és moça, és mulher. Ainda que a dor persista, é preciso levantar. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Desabroche o sorriso em meio à dor.</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Pois estes sorrisos (aqueles dados na tristeza) costumam ser os mais verdadeiros.</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Exale o perfume de tua nova existência, cresça as cores de tua alma. </span></i></b><b><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Entregue as lágrimas e deixe o coração acalmar. Ele grita, mas depois se aquieta. </span></i></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Todo mundo já chorou por amor, bem-vinda.</span></i></b></div><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos” (Provérbios 23.26). </span><br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLxR9vA2OvI8JEm2w6Q5aPbI1ktKsyE4eNoBuV2JndW53t_60TiVBRlcOoV9rCFkxDFtyT4IbbGqC0LwRrCJ5qmzl0tmtp0BPk9uuAbGVluHcqH0RQBy7rmA4f-K8HE3IN6kEUPA9mFqA/s1600/Perfil.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" naa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLxR9vA2OvI8JEm2w6Q5aPbI1ktKsyE4eNoBuV2JndW53t_60TiVBRlcOoV9rCFkxDFtyT4IbbGqC0LwRrCJ5qmzl0tmtp0BPk9uuAbGVluHcqH0RQBy7rmA4f-K8HE3IN6kEUPA9mFqA/s320/Perfil.JPG" width="210" /></a></div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-65753913590507859742011-08-15T04:13:00.000-07:002011-08-15T04:13:03.211-07:00Querido Papai do Céu...<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; tab-stops: 49.65pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Na impossibilidade de escrever uma carta e enviá-la ao meu pai, por conhecer a Palavra de Deus e saber que não existe método algum através do qual a comunicação entre mortos e vivos seja possível, decidi recorrer ao inventor do coração. Ninguém é tão bom quanto Ele no tocante à compreensão. Ele me entende e, acredito eu, considera válida essa minha forma de expressão. Porque meus sentimentos são válidos... Tudo bem se eu chorar. Mas não é o quero fazer agora. Quero apenas sorrir... Quero cantar o amor de Deus, que quebrou o encanto dos meus desencantos.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Querido Papai do Céu...</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Chegou o dia que eu tanto temi... 14 de agosto. Mas não estou escrevendo pra falar sobre minha dor, ou sobre o quanto tem sido difícil lidar com a ausência do meu pai.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Na verdade, quero apenas contar algumas coisas sobre mim... Detalhes bobos mesmo, sabe. Pela fé, sei que meu pai está aí com o Senhor, no descanso. Então, se não for pedir muito, gostaria que dissesse pra ele que estou bem. Nada de deixá-lo triste, por favor. É bom que ele saiba que estou conseguindo...</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Desde o dia 16 de março, quando ele se atrasou na volta pra casa e, na verdade acabou chegando mais cedo que o esperado no lar eterno, muitas coisas aconteceram. Diz pra ele que minha mãe vendeu a sorveteria e se mudou pra Rio Verde, com a Lorraininha. Fala que estamos juntas agora e que todo o trabalho que era dele está sendo desempenhado por mim. Fala que eu levo a Lorraininha pra escola e que pra ela isso é um alívio, já que ele dirigia tão vagarosamente e ela considerava um tédio andar com ele. Conta que agora eu mesma calibro os pneus do carro. No início me pareceu muito estranho, mas agora até já me acostumei com os dedos sujos de graxa. Diz que levo minha mãe no supermercado e fico atenta quanto ao vencimento das contas de casa. A propósito, fala sobre nossa nova casa. Diz que é uma gracinha, apesar da estranha sensação de estar faltando alguém. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Não se esqueça de mencionar o nascimento do Otávio (diz “Tiãozim que ele vai se lembrar). O Otávio nasceu no dia 15 de abril, portanto está hoje com quatro meses. É a coisa mais linda do mundo. Branquélo e gorducho, dos olhos verdes. Conta que me responsabilizei em dar de presente a “butina” e o canivete que ele prometeu pro sobrinho e que não vamos permitir que ele torne-se um play boy... Vai ser “pião”, assim como ele esperava. Aaaah, a Évellyn agora é noiva do Pebas, o que significa que ela abandonou definitivamente o “Flavim”. A Vânia tem um rancho muito legal. Conta pra ele que lá tem um riozinho lindo e fogão à lenha. A Lucielle continua solteira, assim como eu.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Sim, tranqüilize-o dizendo que eu ainda sou a encalhada máster da família. Explica que conheci alguns mocinhos e que até me apaixonei, mas, como sempre, não tive coragem nem de começar um relacionamento. Aposto que ele vai rir quando disser isso e que vai dizer: “também, feia desse tanto, quem vai querer?” Tudo bem, sei que no fundo ele acha um máximo eu nunca ter namorado e que sempre fez questão de contar isso pra todo mundo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Diz pra ele que eu tô cuidando bem da Lorraininha, inclusive sou muito mais severa que ele. Conta que vendemos a biz, porque não permito que ela dirija aqui em Rio Verde. Até tô deixando que ela fique sem internet por um tempo, como castigo (é que ela anda muito mal criada, sabe. Mas não conta isso pra ele, senão vai ficar nervoso). Conta que o Preto se mudou pra Rio Verde também, mas que ele e a Lorraininha não se vêem nunca. De qualquer forma, tô de olho! Fala que minha mãe deu a “relíquia” pro pai dele, e a DT... Bem, da DT eu não sei. Na verdade, não quero saber. Ela não me traz boas lembranças, sabe... </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Tem uma coisa chata acontecendo e acho melhor nem contar pra ele... É que ele havia emprestado dinheiro a juros pra tanta gente e as pessoas não respeitam a situação, sabe. Não querem pagar o que devem, desconsiderando o fato de que ele pegou o dinheiro que conseguiu honestamente, trabalhando durante tanto tempo, e cedeu para ajudar os outros, visando um retorno para que pudesse investir nos estudos da Lorrane.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mas eu vou fazer o que for preciso pra pagar a faculdade dela e vê-la formada, como ele tanto sonhou.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Falando em formatura, conta sobre a minha... Diz que já passei pela primeira banca da monografia e que agora tenho outra, antes da defesa final, que será em novembro. No meio do ano que vem, ele enfim terá a tal da “filha jornalista”. Agora sim, de verdade. Diz que, depois de cinco meses com os sonhos adormecidos, eu decidi que quero mesmo fazer uma pós em Psicologia e que ainda pretendo estudar no IBAD, não sei quando, nem como.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Sobre o tal do “Carlim”, é melhor não dizer nada. Ele não prestou nenhuma solidariedade à nossa família e grita aos quatro cantos que a DT estava sem farolete e que por isso não a viu... Eu sei que isso não é verdade, então é melhor não aborrecer meu pai com essa história, porque ele cuidava tanto daquela moto que vai ficar muito chateado ao ouvir isso. Papai do Céu, tô contando só pro Senhor, viu... O “Carlim” não apareceu nem pra dizer que sente muito e isso me machuca demais. Não o culpamos, claro. Mas gostaríamos que ele se sensibilizasse com o que estamos passando e, no mínimo, parasse de propagar inverdades e se colocar como vítima. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Tudo bem, vamos mudar de assunto. Outra coisa que não quero que diga, pra evitar que ele sofra... A Nick teve um filhotinho e ele foi adotado pelo Flávio. Até aí tudo bem. Mas ele morreu há poucos dias, sabe (acho que ele sentiria a perda como se fosse um neto, então é melhor não tocar no assunto). Pode falar a parte que a Nick tá dodói, mas que está sendo muito bem cuidada e que vai fazer uma cirurgia em breve. A propósito, ela está morando com a tia Ana (o etêzinho do brejo). A Corujinha e o Mudinho ficaram com o seu João. Conta pra ele como o Mudinho tá engraçado, todo sujo, porque agora vive solto, sem disciplina. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Ele vai gostar de saber que não tomo mais açaí (pelo menos até outubro). Se ele não se lembrar do que se trata, diga que é aquela “coisa preta que parece barro”. Ele ficava indignado pelo fato de eu gostar tanto daquele “trem esquisito”.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Dê a ele notícias sobre toda a nossa família. Estão todos bem. O tio Chico voltou pra Goiás e sente muito a falta do amigo Xingu. Aliás, todos sentem. E sentem muito, verdadeiramente. Enfim, manda um abraço em nome da prole, por favor. Falando em prole... Nós vamos pra praia em novembro... Lamento tão profundamente por ele não ter realizado o sonho de conhecer o mar... Diz pra ele que eu vou pra Gramado também. Já que nunca deu certo de ir junto com ele pra Cascavel, agora vou conhecer sozinha o sul do país. Mencione o quanto estou feliz com isso.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Acho que por enquanto é só, Papai do Céu. A qualquer momento escrevo novamente, pra te deixar a par do que está acontecendo na minha vida. Antes de finalizar, quero muito te agradecer por tudo... Principalmente por ter assumido integral paternidade com relação a mim. Obrigada por me fazer sorrir de novo, pela esperança que voltou, pelo amanhecer colorido que vejo agora, pelo amor que não morre e pela sua constante companhia, que me traz segurança e certeza de dias melhores. Eu te amo, Papai do Céu. Te espero paciente e ansiosamente. Não tão ansiosa a ponto de perder a paciência, nem tão paciente a ponto de perder a esperança. Obrigada por ter entendido meus momentos e por ter me aceito exatamente como eu estava... Dilacerada, sem esperança, sem vontade de viver. Obrigada por ter acreditado em mim e por ter esperado o tempo certo para então começar a perfeita restauração na minha vida. Ainda não entendo algumas coisas... Mas aceito tudo quanto o Senhor planejou pra mim. Feliz dia dos Pais!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Quero que diga ao meu pai que também desejo feliz dia dos pais pra ele e que queria muito poder abraçá-lo até a saudade passar. Fala que li na Bíblia que ele me deu no Natal de 2009 que “é preciosa aos olhos do Senhor a morte dos Seus” e que isso acalma meu coração. Mas não explica porque, tá bem? Creio que ele nem sabe o que aconteceu e pode se entristecer ao saber que partiu e causou tanta dor nas pessoas que mais ama. E por falar na Bíblia que ele me deu, diz que o Otávio vai entrar com ela no meu casamento. Pede pra ele ficar tranqüilo, porque o Amigo vai me levar ao altar.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Um beijo nos meus dois Pais, que agora estão mais juntos do que nunca.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Com tão profundo amor...</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Muriele.</span></div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-90052597082481840002011-07-18T04:15:00.001-07:002011-07-18T04:15:59.163-07:00Um dia depois do dia 16<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Algumas coisas mudaram desde o dia 16 de junho, quando postei o último texto no blog, outras permanecem, pelo menos por enquanto, imutáveis. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Minha mãe e minha irmã se mudaram pra Rio Verde e estamos morando juntas agora. O fato de ter minhas referências por perto muda substancialmente a situação. No início, lutei pra racionalizar a dor e resolver tudo quanto fosse necessário. Obtive sucesso até certo ponto e, finalmente, tive que me render às pequenas crises, que aconteceram sem que eu pudesse evitar.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Nós estamos tentando fazer com que as coisas pareçam permanecer em seu devido lugar, dentro da normalidade. Mas espera um pouco... A quem queremos enganar? Está faltando alguém. Estamos procurando nos ocupar o tanto quanto pudermos, sabe. Saímos e chegamos com tanta freqüência que às vezes tenho a impressão de estar de férias em uma casa de praia. Os amigos e familiares procuram não nos deixar sozinhas, mas, evidentemente, há aqueles momentos em que todos precisam voltar pra casa... Nós também. Voltamos pra nossa casa nova, sem identidade, sem que pareça nossa. E, por mais que os móveis sejam outros e visualmente não há vestígios da antiga vida, aquela que tínhamos antes do dia 16 de março, nossa história está aqui dentro do coração e não pode ser esquecida ou apagada. Por isso dói tanto toda vez que me lembro que nunca vou conseguir maquiar a tragédia. A propósito, minha mãe ainda não consegue conjugar os verbos no passado... “Ele gosta, fala, faz, pensa, quer”...</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Vamos às atualizações... Estou de férias da faculdade, trabalhando bastante e muito preocupada com o PREX (monografia). <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Minha irmã terminou com o namorado, ou não (acho que nem ela sabe ao certo), e eu continuo solteira. Mas fiz um grande progresso. Descobri, ainda em tempo, o motivo pelo qual, aos 21 anos de idade, eu sou analfabeta sentimental por completo. Isso aconteceu depois que fiz outra grande descoberta (essa é segredo)... Posso dizer que tem a ver com um antigo amor. Enfim, agora conheço a raiz do meu problema, o que torna as coisas mais fáceis (ou não). </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Julho é mês de exposição agropecuária. Devo dizer que gosto muito da época... E não é só porque pretendo um dia encontrar um “cowboy de Deus”. É claro que não me refiro ao sentido literal do termo, mas não é segredo pra ninguém que sou encantada por uma botina e uma camisa xadrez. Enfim. Fui ao parque de exposições uma única vez esse ano, e a trabalho. Foi justamente na abertura do rodeio que, a propósito, era a diversão preferida do meu pai. Nem preciso dizer que foi um desastre, principalmente na parte da queima de fogos ao som de “Amigos para sempre”. Juro que tentei conter as lágrimas, mas... </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Tá. Agora é a parte em que eu falo sobre o dia 16. Tudo bem. Eu quero falar. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">A crise, desta vez, foi diferente das demais. Ao invés de ficar substancialmente triste, eu fiquei essencialmente irritada com tudo e todos. Talvez pelo fato de não ter tido muito tempo pra ficar sozinha e chorar como eu precisava. Não sei. Fui ao trabalho e, como acontece todos os dias antes da abertura do programa, Costa Filho me perguntou: “que dia é hoje”? Na defensiva, recebi a pergunta como uma ofensa, mas logo me recompus e entendi que o coitado nem se lembrava que a tragédia havia acontecido nessa data. “Hoje é dia 16, Costa, 16 de julho”. Como de costume nos sábados, fui pra casa depois de apresentar o programa e voltei a dormir. Acordei com um telefonema da Lidi: “Murizinha, sei que dia é hoje e por isso estou ligando pra te dar uma boa notícia! Amanhã a gente vai conhecer a Lílian Teles! Isso não é o máximo?” Sim, incrível. Nunca imaginei que pudesse conhecer minha musa inspiradora (no tocante à história de vida, porque, claro, quero ser como a Sandra Annenberg quando crescer). </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Fui almoçar na casa da minha tia e até então as coisas estavam indo bem. Quando de repente, na maior inocência, eu percebi que meu relógio estava marcando dia 15. “Hoje é que dia mesmo?”, pergunto. Uma única palavra fez com que eu me lembrasse de tudo. “16”, minha mãe respondeu. Silêncio total na casa, até que o Lucas resolve contar uma de suas histórias, provavelmente sem entender o que estava acontecendo. No mesmo instante a Claudinha chegou para oferecer seu ombro amigo, prevendo que eu precisaria dele por conta do famoso dia, de comemoração pra ela (aniversário de casamento) e de lembranças ruins pra mim. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">O dia transcorreu angustiante. Por vezes tive a sensação de ter acabado de receber a notícia. O choque parecia ser o mesmo, o desespero e a falta de ar também. As imagens que mais marcaram minha vida são pra mim uma tortura... A última vez que vi o rosto dele, a primeira e última vez que lhe beijei a testa...</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">00:01... Ufa, já era 17 de julho e eu havia sobrevivido. Estávamos eu, minha mãe e minha irmã assistindo filme, sozinhas, do jeito que deveria ser. Foi fácil dormir, devido ao cansaço. O dia seguinte começou bem. Conheci a Lílian Teles, aquela que ficou famosa por conta do Leonardo Pareja, que foi correspondente da Globo em Nova Iorque e que cobriu o terremoto do Haiti. Foi uma experiência incrível, que me fez acreditar na possibilidade de conhecer a Sandra Annenberg e o Evaristo Costa um dia.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">17 de julho é uma data muito especial. Aniversário de nove meses do Morada Gospel, meu refúgio nesses tempos difíceis. Como em um período de gestação, o programa tem gerado vida, para a glória de Deus. É claro que a data merece uma comemoração, e foi justamente por isso que lancei a promoção “Gerando uma bênção”. Os ouvintes têm me enviado histórias referentes às bênçãos geradas em suas vidas através do MG... São testemunhos surpreendentes! Ao final da campanha, que seria no dia 17, um participante seria sorteado e teria sua história contada no ar, para edificação da fé dos demais, além, é claro, de ganhar um prêmio especial. Devido à exposição agropecuária e à programação diferenciada da Morada na cobertura do evento, o MG ficou fora do ar por dois domingos, inclusive esse do aniversário, e só voltará no dia 24, quando enfim conheceremos uma linda história contada por um precioso ouvinte. Farei questão de transcrever o testemunho em questão aqui no blog.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Sem o Morada Gospel pra finalizar minhas noites de domingo, o que me resta é escrever. São 23:10 agora e o sentimento que tenho é o de gratidão a Deus. Sua misericórdia, que se renova todos os dias, é o motivo pelo qual eu ainda não fui (e nem serei) consumida.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">“Mesmo que eu não mereça, Tu permaneces assim... Fiel, Senhor meu Deus, fiel a mim”. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">“A espera (por dias melhores [grifo meu]) não pode matar a esperança”.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-32462173642211134802011-06-17T03:05:00.000-07:002011-06-17T03:05:23.827-07:00Vestígios do dia 16<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt;">“O dia amanhece e logo é a chegada do sol. Eu, tola, nem percebo a mudança que está pra acontecer”...</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt;">Quem sabe essa música possa ser aplicada com exatidão ao dia 16 de março de 2011. Se necessário fosse, eu seria capaz de detalhar precisamente todos os meus passos no dia em questão, mas prefiro não me lembrar dele. Só hoje eu não quero me lembrar.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt;">Há dois dias sobre os quais nada podemos fazer: ontem e amanhã. Portanto, me limito nesse momento a falar do presente que, não por acaso, tem o nome de dádiva. Dia 16 de junho...</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt;">Acordei exatamente à meia-noite, com uma mensagem da Carla... “O Senhor teu Deus te protege e te guarda. O guarda de Israel está sobre a sua casa, para que o adversário não haja contra sua vida e na dos seus. Deus está aí”. Não sei se a emissora do texto transcrito se atentou ao detalhe de que justamente hoje a ausência do meu pai completa três meses, mas o fato é que as palavras enviadas serviram-me como resposta para uma oração desesperada e angustiante... “Meu Deus, guarda minha família”. Ela não faz idéia do efeito de cada vírgula digitada, não sabe como me abençoou em um dia que, inconscientemente, tornou-se maldito pra mim.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt;">Durante a noite, um sonho que me pareceu tão real... Doce ilusão.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt;">Eu estava na nossa antiga casa e, enquanto lavava a garagem, toda suja de barro, ouvia a voz do meu pai lá fora, provavelmente contando uma de suas histórias mirabolantes a um amigo. Ele ria alto, como de costume, e de vez em quando olhava para o que eu estava fazendo, como se quisesse fiscalizar meu trabalho. No sonho, eu tinha a mesma percepção da realidade, porque, enquanto me dedicava ao chão sujo, esperava que surgisse um elogio dele... “Gente, mas essa menina é ‘trabalhadeira’, viu. Aí, Lorraininha, por que você não é igual sua irmã? Só quer saber de gastar o dinheiro do “veím”, né, minha filha?” Não deu tempo de ouvir o comentário que elevaria meu ego, nem de ver o sorriso iluminador dele mais uma vez. O sonho se dissipou e recomeçou o pesadelo.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt;">Acordei, me certificando de que tudo não passara de fantasia. “Meu Deus, como pode? Era tão real”... Real? Que nada. A realidade agora é outra. Fui para o trabalho como quem vai para o matadouro. Após apresentar o Patrulha, comecei a fazer a programação do Morada Gospel e, durante o processo, não resisti e tive que ouvir uma das músicas que mais me causam dor... “Como viver a vida, se não tenho motivo melhor? Como ver sentido na noite, se não há esperança no amanhecer? Viver só faz sentido se você está sempre comigo... E não há nada, nada, nada melhor que sua presença”... Outra mensagem nesse exato momento, desta vez de um número não identificado: “Oiê... Vim dizer uma coisa muito importante. Jesus te ama muito! Ele diz: ‘Não temas, estou contigo. Não te espantes, sou o teu Deus’. Tenha um ótimo dia!” Muito obrigada, pessoa sem nome. Nem me preocupei em conter as lágrimas, porque já não me esforço para impressionar as pessoas com a minha suposta força. Saí da rádio com o coração na mão, desejando nunca ter estado ali, nunca ter saído de casa, ou do ventre materno, de nada...</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt;">Dia tumultuado, com muitos compromissos. Na pior das hipóteses, me mantive ocupada durante grande parte do tempo e isso me poupou do ócio que me faz sofrer ainda mais. No final da tarde, uma ótima notícia... Nota 9,4 no PREX! Pra quem esperava um 4,5 (não querendo ser pessimista), foi uma ótima pontuação.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt;">Último dia da Jornada Científica... Muito interessante, a não ser pelo detalhe de ter perdido a palestra do Silmar Coelho. Consegui me divertir um pouco, principalmente com o título de Garota Delícia (não é nada disso que estão pensando... Tem a ver com a Revista Delícia, especializada em culinária). Mas aí chega o momento de voltar pra casa e, inevitavelmente, a cena se repete... Dia 16, 10: 15 da noite, garagem, João Neto, meu quarto, perguntas, lágrimas...</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt;">Cada vez que penso no que aconteceu, preciso convencer a mim mesma de que trata-se da realidade. Literalmente, eu não consigo acreditar. Vai além de aceitação ou entendimento dos porquês... O fato é que não parece ser verdade. “O improvável insiste em acontecer”...</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt;">Nem quero imaginar como está a minha mãe hoje. Falei com ela por três vezes e não tive coragem de tocar no assunto. Minha irmã, a Lucielle, a Évellyn, a Vânia, Luís, Alessandra, Lucimar, seu João... Como estarão os que tão de perto conheceram meu pai e tão verdadeiramente o amam? Todos dilacerados, assim como eu. Claro.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt;">“Ela acreditava em anjos e, porque acreditava, eles existiam”. Quero crer em um amanhã melhor, sem vestígios do dia 16.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt;">“Descubro eu a hora triste de partir, mas espero a hora feliz da chegada. Quando falo com alguém, falo em nós. E quando penso só em nós, descubro uma grande saudade”.</span></div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-92001818595904487032011-06-09T04:41:00.000-07:002011-06-09T04:41:35.655-07:00A mudança<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Eu nunca tive medo de mudanças.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Sendo muito honesta, na verdade há algumas exceções, como aquela em que me mudei pra Goiânia sozinha, com apenas 16 anos de idade. Não fazia idéia do que poderia encontrar ao chegar lá, além do fato de morar com pessoas até então desconhecidas. Isso sem falar na mudança para o Mato Grosso aos 11 anos, que é uma longa história... Houve casos em que a mudança na vida de outras pessoas me causou preocupações, como casamentos de amigos meus. Também já temi não ser bem aceita em escolas e trabalhos novos e tive receio em mudar o corte do meu cabelo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Isso tudo se reduz a nada em comparação com a mudança que estou vivenciando agora. Mudança drástica, indesejada.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Desde que meu pai partiu, cogitei a possibilidade de abandonar tudo que construí aqui em Rio Verde – meus cinco empregos, faculdade, amigos – e voltar para Acreúna, com o intuito de ficar perto da minha mãe e da minha irmã. Seria um grande risco aventurar minha recente carreira na área da comunicação e meu curso quase concluído. Risco esse que eu estava disposta a correr, sem me preocupar com as conseqüências.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">De repente caiu sobre mim o peso da responsabilidade. Entendi que não tinha o direito de agir por impulso, irracionalmente... Não agora. Eu precisava manter o equilíbrio, fingir ser adulta e encarar os fatos, porque eles não deixariam de existir simplesmente por serem ignorados.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Mais do que nunca, eu precisava de estabilidade no trabalho. Deixar tudo e ir para Acreúna, que não oferece campo para minha área de atuação, não seria uma decisão sensata. Uma idéia! Minha mãe poderia se mudar pra cá! Genial! Teria sido, se ela não tivesse se recusado, alegando detestar a cidade e não estar disposta a se adaptar a um novo ambiente, o que era totalmente compreensível. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">A resposta aumentou ainda mais a minha tristeza, já que eu precisaria ficar longe das duas. Muito confusa, lembro-me bem do conselho dado pelo meu tio Luciano... “O que você acha que sua mãe vai fazer em Rio Verde? Você tem sua rotina de trabalho e estudo e vai ter que deixá-la sozinha. Aqui ela tem nossa família, tem amigos, os irmãos da igreja... Não complique as coisas, minha filha”. Ele estava coberto de razão.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Comecei a orar em prol disso... Precisava tomar uma decisão. Agir emocionalmente, me mudando pra Acreúna, ou ser adulta e ficar longe da minha mãe e da minha irmã, garantindo a elas a segurança financeira da qual precisavam. “Meu Deus, faça Sua vontade, não a minha, nem a da minha mãe”.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Lembro-me exatamente da cena... Estava chegando da faculdade, como no dia em que soube da tragédia. Minha mãe me ligou chorando, o que complicou ainda mais minha crise. “Filha, eu não suporto mais ficar aqui. Preciso me mudar pra Rio Verde urgentemente”. Não sei se posso usar o termo “feliz”, mas “aliviada” viria a calhar. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Desde então, o doloroso processo de mudança começou. Minha mãe decidiu, contra a minha vontade, se desfazer das roupas do meu pai, doando-as. Pode parecer besteira, mas peço a Deus para que não veja outro homem vestido com o que era dele. Ela decidiu também vender praticamente todos os móveis da casa. Muitos questionaram tal decisão, mas eu a compreendo perfeitamente.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Aqueles móveis, além de serem tão familiares e remeterem à imagem do meu pai, representavam para minha mãe lembranças maravilhosas. Lembranças sobre as quais ela não queria pensar no momento. Todos os móveis em questão haviam sido adquiridos em 2006, quando voltamos do Mato Grosso. A ocasião foi uma das mais felizes da vida da minha mãe, porque finalmente ela voltara à sua cidade natal, para junto de toda a nossa família. Por isso essas lembranças tornaram-se dolorosas... Tanta felicidade agora se desfazendo em lágrimas.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">O fato é que minha mãe colocou tudo à venda e, a cada negócio que fechava, meu coração se apertava mais quando ela me ligava pra dar a notícia. “Minha filha, vendi o sofá”. Frases desse tipo sempre eram sucedidas por uma longa pausa. “Que bom, mãe. Que bom”. Na verdade, era péssimo. Eu desligava o telefone e chorava... O sofá onde meu pai se sentava, sempre na pontinha (com a bermuda alcançando o peito e a cicatriz na barriga à mostra), para assistir aos vídeos idiotas do Domingo Legal... Aliás, vídeos esses que pra ele eram muito engraçados. Sempre nos chamava pra ver e minha irmã, claro, cortava o barato: “Anêim, pai. Já vi isso na internet”. Sem querer parecer a boazinha, eu sempre ria com ele, mesmo que o vídeo não tivesse graça alguma. Aquele momento pra mim era mágico. Eu e ele na sala, que não mais existe, não do jeito que era... O sofá agora pertence à outra família. A TV seguiu um caminho diferente... É como se nossa história fosse se desfazendo a cada móvel vendido. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Na última vez que estive na nossa casa em Acreúna, prometi pra mim mesma que nunca mais voltaria lá... Estava tudo fora do lugar por causa da mudança e eu me lembrei do dia do acidente, quando cheguei e me deparei com tanta gente superlotando a casa, móveis arrastados, uma grande confusão. Aquela cena não se pareceu em nada com as que eu estava habituada a ver. Pessoas tristes ocupavam o largo banco de madeira, que serviu-nos durante tanto tempo como o cantinho das piadas e conversas gostosas, descontraídas. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Acontece que a imagem da casa formada em minha memória se confunde muito com a imagem do meu pai. Tudo ali é tão parecido com ele. A sala, a cozinha (inclusive a geladeira, onde ele guardava a salsicha que dividia com os gatos e com a Nick, os únicos que apreciavam o mesmo sabor que ele), a churrasqueira, a relíquia... Até a sorveteria (que minha mãe vendeu o quanto antes), na esquina onde passávamos as tardes nos finais de semana... Aliás, toda a cidade se parece muito com ele, por isso é uma tortura ficar lá, principalmente à noite.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Mas o fato é que agora, depois que minha mãe tirou todas as nossas coisas da casa, me bateu um medo inenarrável... Era o nosso lar, nosso refúgio... Agora não passa de um imóvel com placa de “Aluga-se”. Não que precisemos da casa pra nos lembrar dele, mas... Eu não sei explicar.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Ontem as poucas coisas com as quais minha mãe decidiu ficar chegaram aqui em casa, já que vamos nos mudar para uma em frente a que eu moro hoje. A primeira imagem que vi quando o moço abriu o caminhão me fez lembrar de muitas coisas. Trata-se de uma caixa, feita de jornal com colagem de fotos, presente do Anderson quando fazíamos o terceiro colegial. Me lembrei daquela época tão feliz, em que meu futuro era incerto, mas eu tinha minha família completa e apostando que eu seguiria um caminho brilhante. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Cada objeto que pegava ativava minha memória para um episódio vivido pelo meu pai... Devo dizer que foi uma grande tortura ajudar com a mudança. Me lembrei do quanto ele detestava se mudar e como ficava irritado com a bagunça causada pelo ato. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Ainda ontem estive na casa onde vamos morar... A sensação seria ótima, a não ser pelo fato de que agora seremos apenas três. Mas não deixamos de ser uma família, claro, e nosso lar continuará sendo um pedaço do Céu na Terra. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">“Eu e minha casa serviremos ao Senhor... O meu lar está alicerçado no amor. Do melhor que vem de Deus é que os meus vão se fartar... Não vai faltar abraço, sorriso e oração... A minha descendência vai exalar comunhão”. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">A propósito, preciso ainda convencer minha irmã a vir pra cá o quanto antes, já que ela pretende esperar até o final do ano porque teme a mudança... Quem pode culpá-la por isso? Sim, eu também tenho medo de mudanças.</span></div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-71135192651412473312011-06-08T07:25:00.000-07:002011-06-08T07:30:08.665-07:00As quatro perguntasNunca tinha visto um laudo antes.<br />
Na verdade, nem era minha intenção ver um. Muito menos o que eu vi, especificamente ontem, dia 07 de junho.<br />
Minha mãe esteve aqui em casa no final de semana e esqueceu uma pasta com alguns documentos...<br />
É engraçado como as coisas acontecem... É incrível a maneira como somos forçados a adquirir experiências.<br />
Como se não bastasse esquecer os papéis, minha mãe perdeu o cartão bancário da minha irmã e deduziu que ele estivesse dentro da pasta em questão. Ao procurá-lo, a surpresa... <br />
"Laudo de exame médico cadavérico"...<br />
Eu não soube como reagir. Aliás, isso tem acontecido muito nos últimos tempos.<br />
Pensei em ignorar o documento porque talvez isso faria com que eu me sentisse melhor... Então me lembrei do dia do acidente. "E se eu tivesse ido lá"? Já dizia Julieta em sua carta... "E" e "SE" são palavras que por si não apresentam nenhuma ameaça, mas se colocadas juntas, lado a lado, elas têm o poder de nos assombrar a vida toda...<br />
Então decidi que precisava ver o laudo por completo, independente dos danos que me causaria.<br />
Agora, já não sei se tomei a decisão correta, porque a dor... Ai, a dor.<br />
Pelas ilustrações, meu pai se machucou bastante. Fraturou e perfurou "órgãos nobres", sofreu escoriações no tórax e no abdômen, teve uma fratura exposta na perna esquerda, fratura cervical e do crâncio com presença de sangramento pelos canais auditivos.<br />
Quanta violência, meu Deus...<br />
A todo tempo, eu lia aquelas dolorosas palavras contidas no laudo e não conseguia acreditar que estavam se referindo ao meu pai. "Pele fria e com midríase (dilatação da pupila) bilateral". Parecia mentira. A risada dele ainda está tão perfeitamente viva na minha memória. A voz, o cheiro, as mãos, o abraço... Não pode ser. São em momentos assim que eu repito pra mim mesma: "Deus não comete erros, Muriele". <br />
As perguntas surgiram mais uma vez... "Será? Será? Será"? Então me lembrei da ovelha perdida... Por mais ferida que ela estivesse, o PASTOR já havia tomado as devidas providências. Ela estava agora limpa, curada e feliz, de volta ao aprisco. <br />
As quatro perguntas... Ah, as quatro perguntas das quais jamais me esquecerei:<br />
1ª - Houve morte? Sim.<br />
2ª - Qual a causa? Traumatismo cervical.<br />
3ª - Qual o instrumento que produziu a morte? Contundente.<br />
4ª - Foi produzida com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel? Não.<br />
Devo dizer que não concordo com a última resposta... <br />
Foi cruel, muito cruel.Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-43501183568207417182011-06-08T06:51:00.000-07:002011-06-08T06:51:45.922-07:00Ao redil voltou"Eram cem ovelhas, juntas no aprisco...<br />
Eram cem ovelhas, que o amante cuidou. <br />
Porém uma tarde, ao contá-las todas...<br />
Lhe faltava uma, lhe faltava uma, e triste chorou".<br />
<br />
Nunca imaginei que essa música pudesse se aplicar tão perfeitamente à minha vida...<br />
Me lembro de ouvi-la quando criança. Minha imaginação fértil criava todo o cenário da história... A ovelhinha perdida, com medo, e o momento glorioso em que era encontrada pelo pastor, que a abraçava com saudade. <br />
Me lembro de ouvir meu pai cantá-la...<br />
"Eram duzentas ovelhas"...<br />
Nós o corrigíamos aos risos, lembrando-o de que eram apenas cem.<br />
Ele não perdia a piada, claro:<br />
"Desde que eu era menino esse número de ovelha não aumenta, gente. Nenhuma delas ficou prenha de lá pra cá"?<br />
A verdade é que eram cem. Menos uma, que se perdeu.<br />
No último domingo, dia 05 de junho, tivemos na igreja um culto especial, voltado à centésima ovelha, àquela pela qual o pastor chorou. Nem preciso dizer o quanto esse dia foi doloroso pra mim.<br />
Ozéias de Paula, que canta a música "Cem ovelhas", esteve conosco no culto que, a propósito, foi lindo. Um misto de sentimentos... Lembranças da infância, saudades daquela época.<br />
Não sei se sou boa o suficiente com as palavras pra conseguir explicar o que aconteceu no culto em questão. Mas quem pode me impedir de tentar? E quem pode me culpar caso não consiga? <br />
Em dado momento, era como se eu fosse a ovelha da música. Aquela perdida, sem rumo, no escuro... A ovelha sozinha, desprotegida, com frio e com medo. Como se eu tivesse realmente saído do aprisco, rejeitando os cuidados do pastor e o conforto do lar. <br />
Eu me arrependi. Me arrependi da distância que criei entre as demais ovelhas e eu após o acidente do meu pai. Me arrependi de coisas que disse, ou apenas pensei, em algumas ocasiões. Me arrependi de sofrer sozinha e calada, quando poderia ter contado com um dos meus muitos amigos...<br />
Pedi perdão. Pedi perdão por ter feito o pastor (leia-se Deus) chorar por minha causa. Pedi perdão por não ter permanecido no aprisco, mesmo cheia de dúvidas e medos. Pedi perdão pelas palavras torpes, pela negligência, o comodismo...<br />
Decidi tentar outra vez. Decidi tentar ser feliz, sorrir de verdade, sem medo. Decidi não ser amarga ou triste. Decidi viver com dignidade a história que Deus escreveu pra mim. <br />
O problema é que essas foram decisões racionais. Estou tentando agir segundo a Bíblia, e não de acordo com o que estou sentindo. Quero chegar ao estágio de sentir de verdade que vou ser feliz de novo. Quero sentir vontade de sorrir, de voltar às minhas atividades... Enquanto isso não acontece, eu tento ser fiel a Deus e à Sua Palavra. <br />
Além de me sentir como a ovelha resgatada naquela noite de domingo, um trecho da música serviu como uma bálsamo para a minha alma, pelo menos naquele momento... Tantas perguntas... "Será que ele sentiu dor? Será que clamou a Deus para que o ajudasse? Será que viu quando um farol se aproximou dele brutalmente? Será que tentou se defender? Será"?... <br />
De repente, uma simples e convincente resposta...<br />
<br />
"As noventa e nove deixou no aprisco...<br />
E pelas montanhas a buscá-la foi...<br />
A encontrou gemendo, tremendo de frio...<br />
Curou suas feridas, colocou em seus ombros e ao redil voltou".<br />
<br />
O pastor foi até lá para buscá-lo. Lá onde eu não tive forças pra ir.<br />
O pastor o encontrou gemendo, certamente. Encontrou-se com ele quando eu não o fiz.<br />
O pastor o abraçou para protegê-lo do frio. Deu o abraço que eu não pude dar.<br />
O pastor cuidou de cada uma de suas feridas. Curou a dor que jamais desejei que ele sentisse.<br />
O pastor o colocou em seus ombros. Eu nem pude oferecer a ele o meu colinho, para que recostasse sua cabeça. <br />
O pastor o levou para o redil. Apesar de desejar muito levá-lo pro hospital e vê-lo sair dias depois, totalmente recuperado, sei que ele voltou pra casa. Voltou para sua verdadeira casa.<br />
A propósito, sempre concordei com ele sobre o número das ovelhas, apesar de nunca ter reconhecido isso. <br />
"Mas ainda hoje, o PASTOR amado chora suas feridas e quer te salvar".Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-8213113371191969432011-06-02T18:20:00.000-07:002011-06-02T18:20:06.751-07:00Shiva Sentado<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">A dor não deixa de existir pelo fato de ser ignorada, e tempo, meus caros, nunca curou feridas. Portanto, decidi que vou falar. Vou expor minha fraqueza, viver sem medo o que estou sentindo. Entre impressionar e influenciar pessoas, eu escolho a segunda opção. Além do mais, vou me orgulhar da minha fraqueza, já que, através dela, muitas pessoas estão sendo edificadas.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Eu ando muito ocupada, sabe... É tanto trabalho que não tenho tido tempo nem pra sentir saudade do meu pai. E isso me faz um mal imensurável. Vou tentar explicar o que sinto...</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Quando não tiro um período pra chorar, desabafar (seja com Deus ou com um amigo) e me lembrar do meu pai diariamente, a percepção que tenho é de distanciamento. Sinto-o ainda mais longe de mim... E vocês não fazem idéia do que significa isso. Quanto mais penso nele, choro por ele e falo com Deus sobre o estado em que estou pela falta que ele me faz, sinto-me mais acalentada pelo Espírito Santo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Portanto, uma semana de muito trabalho, estresse e correria desencadeou a pior crise que já tive desde que meu pai se foi. Tudo começou numa quinta-feira à noite, dia 19 de maio, quando me senti sufocada por uma angústia terrível. Acordei na sexta-feira tomada pela mesma dor com a qual dormi na noite anterior. O dia foi longo e atordoado. Cheguei da faculdade, fui pro quarto e de lá pensei nunca mais sair. Dor... Muita dor. Falei com a minha mãe e ela também estava em crise. Meu Deus. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Nesses momentos, temos o terrível hábito de falar muitas coisas das quais nos arrependeremos mais tarde. Falhamos, pedimos perdão a Deus, e uma hora depois... Lá estamos nós, praticando o mesmo erro. Falei muito com Deus e ainda assim a dor insistia em permanecer ali. De repente, me lembrei de um presente do PJ, um DVD. Devido às minhas muitas atividades, ainda não havia tido tempo de assistir, mas acredito que aquele dia foi escolhido por Deus para que isso acontecesse.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Liguei a TV. Pausa para a leitura do disco. Segundos de ansiedade e esperança... O que estaria reservado para aquele momento? Talvez Deus pudesse falar comigo e amenizar a angústia. Talvez.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Naquela noite tão sombria, o presente do PJ me pareceu um feixe de luz. Algumas das verdades que foram reativadas em minha memória:</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">A Bíblia diz que o Espírito de Deus se comove... Então Ele está intimamente ligado e triste com o que está acontecendo comigo. A Bíblia diz que Jesus chorou. Ele sentiu a dor da perda e se deixou atingir pela força do momento. Se o Filho de Deus externalizou, se Jesus chorou, então eu posso chorar também.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Então eu entendi que preciso ser atingida... Não posso evitar. Não posso conter minhas reações a certas situações pensando que assim elas desaparecerão. Se eu guardar o que estou sentindo, ficará aqui dentro, em algum lugar. E um dia aflorará. Preciso externalizar, senão ficará trancado aqui... Eu perdi meu pai e acho que estou lamentando adequadamente, dando a mim mesma o direito de sofrer, de não querer sorrir, de não me interessar por nada... Eu percebi que meus sentimentos são válidos. Tudo bem se eu chorar. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Existe um antigo costume judaico que pratica isso de uma forma muito profunda. Chama-se “Shiva Sentado”. Ao conhecer alguém que perdeu um ente querido, você vai até a casa da pessoa e senta-se com ela. Você simplesmente se senta. Só isso. E não diz nada. Se ela quiser falar, então você fala. Mas se ela preferir o silêncio, você apenas a respeita. Entendi que Deus está “Shiva Sentado” aqui comigo, sofrendo, chorando, sem nada dizer, simplesmente porque agora eu não quero conversar.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">É fácil uma perda, seja ela qual for, tomar a importância central. Eu tinha e perdi. Há um enorme vazio no espaço que meu pai ocupava e agora só consigo pensar nisso. O que acontece nesse processo é que eu enfoco o que não tenho e me esqueço do que tenho... Tenho minha mãe, minha irmã, minha vida... E tantas outras coisas.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Há um pequeno detalhe nisso tudo: eu faço a escolha sobre o tipo de pessoa que sou ou que quero ser. Tenho a escolha de me tornar amarga ou não. Se eu não reconhecer essa escolha, um pouquinho de amargor vai entrar e daí então tomar conta de tudo.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">O</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"> Senhor me fez ver problemas, muitos e amargos, mas me recuperará novamente. Ele fez a ferida e a sarará. Meu coração NUNCA será o mesmo, mas vou me recuperar. Um dia Deus recuperará tudo. </span></span> </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"></div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-14973846935487933072011-06-02T05:33:00.000-07:002011-06-02T05:33:07.535-07:00Do jeito que deveria ser...<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: Calibri;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Mais um dia de crise, como outro qualquer.</span><br />
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">A presença do Otávio revela o quanto meus sentimentos se confundem entre si. Uma instabilidade que me incomoda... Ao vê-lo, pegá-lo no colo, acariciá-lo, sentir seu cheiro doce e suave, eu sinto como se meus problemas desaparecessem por alguns instantes. De repente, lembro-me de como meu pai estaria feliz com o sobrinho tão esperado, para o qual ensinaria a arte de ser um “pião”, com canivete na cintura, “butina” e chapéu de “páia”.</span><br />
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Aprendi a desconfiar de todas as pessoas que vão embora, seja por um curto espaço de tempo, seja por dias, semanas, meses... Tenho a impressão de que elas não mais voltarão. Medo de perder mais alguém, eu acho. Então, ver o Otávio partindo, mesmo sabendo que em breve voltará, representa pra mim uma dor incomum.</span><br />
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">O deixei em casa, despedindo-me dele com um beijo e levando comigo seu cheiro gostoso. Fui pra faculdade, ao som de Hillsong cantando “You hold me now”. Sentimentos confusos... Alegria por ter visto o Otávio, tristeza por tê-lo deixado, recente saudade dele, saudade eterna do meu pai.</span><br />
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Eu estava parada, esperando o carro da frente me dar passagem e... Um barulho alto... Senti meu corpo sendo impulsionado pra frente. Alguém havia batido em mim. Ao olhar pelo retrovisor, a constatação que me fez perder o ar... Era uma moto. Justamente. Uma moto, meu Deus. Eu havia pedido em oração para que nunca batesse em um motociclista. Me parece tão cruel fazer o que fizeram com o meu pai...</span><br />
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Muito assustada, desci pra ver se o moço precisava de ajuda. Mal deu tempo de fazer isso... Ele fugiu, talvez porque se assustou, ou porque sabia que estava errado. O fato é que ele não sabe o mal que me fez. Não queria culpá-lo, não queria dinheiro. Não mesmo. Eu queria ver se estava bem, se precisava de ajuda... Naquele dia, eu não consegui ir até o local do acidente pra ver o meu pai. Aliás, eu nunca consegui reagir a um acidente. Essa foi a primeira vez... Ou teria sido, se eu tivesse a oportunidade de prestar socorro ao moço da moto.</span><br />
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Então eu me vi sozinha... Estava muito escuro, ninguém pra me dizer que estava tudo bem. Na verdade não estava, mas eu queria ouvir uma mentira, só desta vez...</span><br />
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Eu chorei tanto quanto pude. “Uma moto! Uma moto, meu Deus, uma moto”! Me lembrei do que poderia ter feito pelo meu pai... Poderia muito bem ter ido até lá, ter orado pra que voltasse, sei lá... Na pior das hipóteses, poderia ter apoiado a cabeça dele no meu braço, ou tê-lo deitado em meu colo, só pra diminuir a sensação de abandono, de desprezo... Ele ficou cerca de quatro horas ali, caído... Inerte... Fazia frio e ele estava gelado. Eu não consegui vê-lo assim e hoje me pergunto se não teria sido melhor ir até lá.</span><br />
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Desespero. A única coisa que consegui fazer foi uma ligação... Além da minha mãe (que no momento está impossibilitada de me oferecer equilíbrio) e da Lucielle (que surpreendentemente é uma das poucas pessoas que entendem de verdade o que estou sentindo), a única pessoa que consegue me acalmar nesse momento é ele...</span><br />
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Nandim, você pode falar agora”? Sim, ele pôde. E não só falar. Ele ouviu. Ouviu coisas repetitivas, sem nexo. Ouviu gritos abafados pela manga da minha camisa... Ouviu minha dor e a sentiu, lá de longe. Chorou comigo, orou... Ele disse coisas das quais jamais me esquecerei. Ele me conhece melhor que eu mesma e, além do mais, “Deus revela”, então sempre sabe o que dizer. Sempre. “Nandim, você sempre tem uma resposta pra tudo. Então me explica por que isso aconteceu! Me explica, por favor, me explica”... “Calma, vai ficar tudo bem. Agüenta firme, só mais um pouquinho, por favor... Um pouquinho só e as coisas vão se acertar”.</span><br />
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Durante a oração que fez por mim (oração mais do que válida, diga-se de passagem), ele disse algo que muito me marcou... “Pai, eu quero ter um coração ensinável”... Ah, como eu quero aprender tudo quanto Deus quer me ensinar através dessa dor aparentemente insuportável. Como eu quero contar meu testemunho e servir de encorajamento para milhares de pessoas... Como eu quero. Eu quero dançar sobre a dor, quero ter esperança. Mas por enquanto...</span><br />
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“Pai, a Muriele está em uma floresta. Ela está com medo, porque está chovendo, está frio e escuro. Leve-a pra casa, dê um banho nela e a coloque para descansar em seu colo”... Amém, amém e AMÉM.</span><br />
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Ao final da conversa, mal consegui agradecer por tudo e ele ainda me fez rir. Por mais improvável que pudesse parecer, eu ri, e com vontade, como fazia antes. Eu ri.</span><br />
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Foi aí que entendi o porquê do pequeno acidente...</span><br />
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Eu precisava falar com ele, precisava ouvi-lo, senti-lo “perto” pra ter de novo a sensação de segurança, a mesma transmitida pelo melhor abraço de toda a minha vida.</span><br />
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Eu entendi que não importa o que aconteça, eu vou sempre voltar pra casa. Entendi que ele é minha casa, é a alma em mim, do jeito que deveria ser. Entendi que ele vai se casar, constituir uma linda família e que vai fazer isso cada vez mais longe de mim, porque tem as nações como promessa, mas que, apesar de tudo isso, vai continuar sendo tudo que sou (de bom) misturado com tudo que falta em mim.</span><br />
<span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">Ao meu melhor amigo, toda sorte de bênçãos e meus sinceros agradecimentos pelo dia 31 de maio de 2011.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div>Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-22809787651001484582011-06-02T05:06:00.000-07:002011-06-02T05:06:11.921-07:00Deus estava aliVem estar ao meu lado, eu não sei por onde seguir...<br />
Está escuro e faz frio, minhas forças eu perdi.<br />
Os que eu amava partiram, meu caminho perdeu o sentido.<br />
Ao chorar no escuro percebi... Havia alguém ali... Você estava ali.<br />
Já nasceu outro dia, posso levantar e viver. <br />
Descobri Teu sorriso e encontrei motivos pro meu.<br />
Na fraqueza, achei Tua força. No vazio, achei Teu abraço.<br />
Eu pensei estar só, mas percebi... Havia alguém ali. Você estava ali.<br />
Na fraqueza, achei Tua força. No vazio, achei Teu abraço.<br />
Eu pensei estar só, mas percebi... Havia alguém ali. Você estava ali.<br />
Já nasceu outro dia, posso levantar e viver...Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5340361294372100931.post-29482167084012606292011-06-02T05:00:00.000-07:002011-06-02T05:00:55.000-07:00f5Saudade de postar aqui...<br />
Ainda que ninguém leia, eu me sinto melhor em poder "falar".<br />
Não tenho tido tempo pra nada... Conciliar CINCO empregos, o TCC, problemas e cobranças não é nada fácil. Mas quem faz mais do que pode, recebe mais do que precisa. Eu sei.<br />
Algumas coisas boas aconteceram...<br />
Fui ao show do Jeremy Camp em Goiânia no dia 12 de maio. CHO-CAN-TE.<br />
A vinda dele ao Brasil, justamente nesse momento, representou muito pra mim. Durante a ministração (traduzida pelo André Valadão), ele não disse nada que eu já não tivesse ouvido, mas suas palavras me foram muito úteis... Há 10 anos ele perdeu a esposa e experimentou o consolo e a cura para sua dor na alma. Por isso é inspiração pra minha vida. Uma simples e óbvia frase (carregada de essência), me despertou para a sincera adoração: "Deus é fiel". Só. <br />
E para as Campnetes de plantão, sim, o Jeremy é lindo (palavra de alguém que ficou MUITO perto dele). Desculpa. Posso falar? Ele ficou uma graça com a camisa da seleção canarinho, ainda mais na parte em que disse "Jesus está aqui, BRuasil"! :)<br />
Ah, também comecei a gravar o documentário sobre o Hospital do Câncer de Rio Verde e continuo na correria com o Auto Negócio. Enfrentei a primeira banca examinadora do TCC e fiquei satisfeita com o resultado, apesar de muitas críticas recebidas.<br />
Enfim, acho que deu pra dar um f5 na minha vida.<br />
Quanto à saudade do meu pai... Ela ainda está aqui e me disse que não pretende ir embora.Blog da Murihttp://www.blogger.com/profile/11032600007088063668noreply@blogger.com0