quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Chuva de bênçãos

Para muitos, sinal de tristeza, incômodo pra quem tem algum compromisso e inimiga dos cabelos, principalmente no que diz respeito às mulheres. Pra mim, sinônimo de bênção e renovo. A chuva anunciou a chegada de bons momentos naquela sexta-feira, dia 14 de outubro.
Pane na rede elétrica, a faculdade alagada e em trevas. Mas no meu coração brilhava forte a luz da esperança... Eu sabia que Deus tinha algo reservado para aquele final de semana. Tinha que ter. Não tinha?
“Quem veio pra ser bênção é bem-vindo e pode chegar”, já dizia a moça que apresenta o Morada Gospel. Concordando plenamente com ela, recebi em casa duas pessoas que representam exatamente isso pra mim: BÊNÇÃO. Não porque não têm problemas, porque elas os têm. Elas choram, sofrem, têm crise existencial e de mau humor. E quem pode culpá-las por isso? Elas são bênçãos na minha vida, não porque me deixam confortável com palavras apaziguadoras. Elas são bênçãos porque decidiram que seriam assim. Talvez porque obedecem à Palavra, a qual diz “sê tu uma bênção”, ou talvez porque sua própria natureza permite que transitem entre a sabedoria e o altruísmo. Paulinha e Naná, minhas bênçãos do dia 16...
Minha história com a Naná perpassa os anos. Deus nos fez primas e o amor nos fez irmãs, melhores amigas, confidentes, cúmplices e agentes de uma missão em comum (ela tem até uma capa de espiã). Orei pela salvação dela durante quatro anos, por isso a considero minha filha, espiritualmente falando. Tive a honra imensurável de ser usada pelo Senhor para que ela se convertesse e a alegria inenarrável de caminhar com ela em direção ao púlpito, na ocasião em que entregou sua vida a Jesus. Jamais me esquecerei de seus primeiros passos, ainda tão desequilibrados e vacilantes. O medo que tinha do poder da oração... “Neguinha, Deus atende nossa oração, certo? Então, se eu cantar essa música da Fernanda Brum que diz ‘dai-me filhos’, eu vou engravidar”? Hoje, ainda me espanto ao olhar pra ela e ver o quanto cresceu. Minha menina já caminha sozinha, com seus propósitos, sonhos, sua fé firme e santidade ao Senhor. Nem preciso dizer o quanto isso me enche de orgulho.
Ela é especialista no que diz respeito à minha vida. Sabe todos os meus segredos e fraquezas. Acompanhou as minhas crises e sempre me abraçou até a dor passar. Nunca me julgou, apesar de apontar minhas falhas quando necessário. Ela me respeita tanto que nem sei. Entende quando não quero falar e ainda acrescenta: “Já sei, Neguinha. Tudo tem um propósito e você só vai me contar o que aconteceu quando o problema estiver resolvido”. Exatamente. Nós duas passamos por momentos tão difíceis, mas a amizade verdadeira não pode ser destruída. Hoje e sempre estamos juntas e nem a morte pode nos separar, porque ambas temos a promessa de vida eterna ao lado do Pai.
E por falar em pai, ela soube me compreender quando perdi o meu. Na verdade, nós sofremos juntas, já que ela também havia perdido um grande amigo. Amigo que cantava pra ela, que ligava e prometia morango com leite condensado. Talvez por isso ela não cobrasse minha exclusiva atenção naquele momento tão amargo. Ela me entendeu e respeitou porque também estava sofrendo, porque sua vida também foi tocada pelo Dr. Xingu. Fomos o consolo uma da outra. Um abraço e mais nada... Era o que precisávamos. E tivemos. Eu a abracei pra tentar amenizar a sensação de perda, e ela fez o mesmo. Naná, minha Naná, minha eterna Naná.
A Paulinha é um caso à parte. Nos conhecemos por um propósito de Deus, eu creio. Nada premeditado, nada de ensaio... Exatamente como o Senhor sonhou pra nós. Um ícone pra mim, pessoa digna de ser imitada, instrumento abençoador da minha vida. Talvez tenha sido quem mais marcou minha história na ocasião em que passei pelos meus piores dias. Amparou a mim e à minha família em oração, foi fortaleza pra minha irmã, se preocupou com a minha mãe, nos ajudou como pôde e fez muito, muito por nós.
Ela acreditou que havia esperança pra mim e me conduziu em direção a ela. Repetidas vezes me disse: “Muri, eu creio que você ainda vai dançar sobre a dor”. Mesmo sem perspectiva à época, acreditei tanto nessas palavras que elas tornaram-se um respaldo pra mim. Eu queria crer, porque sabia que Deus não podia trair a Si mesmo, deixando-me perecer em meio à dor. Com a compreensão de que se eu quisesse viver pra glória de Deus jamais poderia ficar presa à tristeza e entregue ao desespero, literalmente fiz cumprir em minha vida a palavra profética que recebi da Paulinha. Sobre um tecido preto, representando a perda, a morte e a tristeza, dancei e me entreguei totalmente, desta vez não mais às lágrimas, mas à vontade do meu Pai, aos propósitos dEle pra mim, a despeito da dor e da saudade. Serei eternamente grata a Deus por ter marcado tão positivamente minha história através da Paulinha. Jamais vou me esquecer de tudo o que ela fez e continua fazendo por mim.
Pois bem, essas duas pérolas foram enviadas até mim, pelo próprio Deus, e com elas veio a chuva, a bênção, a paz, o prazer de boas companhias, o falar sem medo, o ouvir com amor. Na verdade, vivemos uma grande aventura juntas. Sexta-feira, 11 da noite, sozinhas em casa, sob forte chuva, sem nenhum dote culinário. Após uma pequena confusão com a troca do nome de estabelecimentos comerciais (né, Paulinha?), tudo acabou em pizza. O culto familiar com as duas foi ouro.
No sábado, tive que deixá-las pra ir ao trabalho e à reunião de PREX. Aproveitamos muito os momentos que nos sobraram e a rara companhia da Vanilla. Depois, um crepe francês e uma improvisada reunião de bubiças fez com que aquele dia se aproximasse muito da perfeição. Quando o relógio, alterado pelo horário de verão, anunciou a chegada do dia 16, a sensação típica dessa data rondou meu coração, mas foi expulsa pela presença das minhas duas bênçãos, além da Claudinha e do Lindeza, que comemoravam na ocasião seu aniversário de seis meses de casamento.
O domingo começou com chuva, o que já me deixou muito feliz. O almoço em família deu ênfase ao lindo dia que fazia lá fora. Infelizmente as meninas precisavam voltar pra casa e eu pra realidade do PREX. Mas espera aí! Ainda estava faltando algo. Chuva, ótima companhia e... Isso! Faltava um açaí pra eu ficar completamente realizada. Após a saga pra conseguir um ônibus pras minhas hóspedes, chegou o tão esperado momento. Meses após, naquele dia voltei a tomar açaí. Foi quase que um momento de glória, digno de fogos de artifício e corações estourando no ar. Depois de me despedir da Paulinha e da Naná, já com muita saudade, fui pra reunião de PREX. Algo estava errado... Aliás, estava muito certo, exatamente como Deus gostaria que estivesse. Pela primeira vez em sete meses, eu estava FELIZ no dia 16. Mas espera! Não era esse o dia que marcara para sempre a minha vida, com tristeza e perda? Não era nesse dia que, mesmo inconscientemente e contra a minha vontade, eu chorava inconsolavelmente e evitava contato com as pessoas? Sim, era esse o dia. É por isso que o amor e a fidelidade de Deus me deixam constrangida.           Eu estava sorrindo, e o que é melhor, sorrindo com sinceridade, com aquele sorriso que não se desfaz, que permanece no rosto e faz com que pareçamos bobos. De repente percebi que eu estava dançando sobre a dor. Senti que Deus sorriu pra mim. Senti que Ele estava feliz pelo meu progresso, que estava satisfeito com o trabalho que havia realizado através das meninas na minha vida aquele dia.    
 Na reunião de PREX, recebi um zilhão de abraços do Walter Filho que, mesmo sem saber, também foi usado por Deus pra me abençoar. Pra mim, um abraço vale mais que uma declaração pública de amor... Ainda mais os abraços felísticos do Waltão, que fizeram com que eu provasse do meu próprio veneno. Dessa vez a Lidi não me deu nenhuma boa notícia, porque o próprio Deus se encarregou disso. “Filha, tá vendo como hoje você dançou sobre a dor”?
Se o dia terminasse ali, eu ficaria satisfeita, porque fui feliz o tanto quanto pude. Mas é claro que Papai do céu havia preparado algo além... Acontece que no dia seguinte o meu pequeno Morada Gospel completaria um aninho de vida e o coração da mamãe coruja não se agüentava de tanta felicidade. A programação daquele domingo começou com Fernandinho cantando “Todas as coisas”, exatamente como na primeira apresentação do MG, em 17 de outubro de 2010. Duas coisas sempre me surpreendem: o amor de Deus e o carinho dos meus preciosos ouvintes. Melhor que ter um programa de sucesso em uma emissora de rádio, é ouvir depoimentos como: “Muriele, eu conheci a Deus através de você”; “minha família foi restaurada pela palavra que ouvi certo dia no Morada Gospel”... Assim eu me sinto útil, sinto que ainda não acabou, que ainda tenho algo pra realizar nessa Terra e que preciso combater o bom combate pra só depois encerrar a carreira e guardar a fé.
O mais interessante é que eu não sou a única a ser usada por Deus pra abençoar vidas através do Morada Gospel. Meus preciosos ouvintes são eficientes instrumentos nas mãos do Pai e abençoam tanto minha vida que nem sei dizer. Cada palavra que recebo, cada carta, e-mail, mensagem ou ligação... “Muriele, estou orando por você. Não desista, você vai conseguir”... Tudo isso é adicionado à minha história de vida, a qual está sob o controle de Deus.
E quem disse que o Morada Gospel não pode receber presentes? Adivinhem o que ele ganhou da tia Claudinha!? Um sapatinho lindo, pra comemorar seus primeiros passos, alicerçados na Palavra de Deus. Apesar de a cor do presente ser um tanto duvidosa (sapato rosa para um menino), a mamãe amou e ficou grata pela atenção. Na verdade, o detalhe da cor traz consigo um significado importante... O programa não faz acepção de pessoas, assim como o Pai da eternidade. Não importa a religião, a classe social, o sexo, o grau de instrução... Quem veio pra ser bênção é bem-vindo e pode chegar!
A propósito, faço questão de transcrever a cartinha que o MG ganhou (ou eu ganhei) no dia de seu aniversário. Obrigada, tia Claudinha. Nós te amamos!


Querida Muriele...
Quando olho pra você e te vejo cada dia mais feliz e realizada, me sinto muito feliz... Porque aí consigo ver o quanto o seu programa cresceu e vejo tudo o que você conquistou e conquista a cada dia através dele. Apesar de não conseguir ficar acordada todos os programas para ouvir sua mensagem até o final, quero te dizer que eu me sinto privilegiada.
Primeiro te dizer que seu programa é uma bênção porque a mãe dele é uma bênção!
Segundo porque eu me sinto feliz em poder ter você como amiga, como irmã, de ter a liberdade de te ligar na hora do seu sono da beleza (eu nem ligo se você não me atende), de poder ir na sua casa, de saber que você se sente bem na minha... De saber que você ama a minha família e me respeita como sou, com todos os meus defeitos, e escuta meus lamentos e eu sei que, concordando ou não, você está sempre do meu lado.
Eu sei que você ora por mim... Eu sei, amiga... Eu sinto...
Então eu fico feliz, porque sei também que esse é um privilégio que poucos têm, e Papai do céu me deu... Mas para não ser injusto com as outras pessoas, nasceu então o Morada Gospel, onde você tem a oportunidade de abençoar vidas, de orar por pessoas que você nem conhece, de ajudar vidas que você às vezes nem tem noção de como estão quando ligam o rádio pra te ouvir, pra ouvir a Palavra de Deus. É bom saber que pessoas estão sendo abençoadas através da sua vida... Melhor ainda é saber que Deus te abençoa e renova as suas forças a cada programa, a cada testemunho.
A minha oração hoje é para que Deus continue abençoando os seus passos e os passos do Morada Gospel... Que o seu programa continue sendo iluminado pelo amor de Deus... E eu estou aqui torcendo muito por você e para você.
Parabéns, amiga! Este dia é seu! 17/10/2011.
Amo você!