terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Minha princesa (by Lidiane Guimarães)


A Lidizinhaminhavida havia prometido escrever um texto sobre mim há muito tempo. Recusando-se a entregá-lo enquanto eu não estivesse mais “felizinha”, essa minha irmã mais velha o fez chegar em minhas mãos como um presente, no dia do meu aniversário. Aliás, foi por causa dele que dormi com o rosto banhado de lágrimas no dia 19... Não de tristeza, claro que não. Ela sabe como tocar meu coração e promover a cura pra minha alma! :’)


Quando criança, ela sonhava com os contos de fadas, acreditando piamente que, quando crescesse, conheceria o príncipe encantado, enfrentaria a bruxa malvada e seria feliz para sempre. O tempo passou e a minha princesa percebeu que o mundo não é exatamente cor de rosa. Mas isso não quer dizer que ela não pode ser feliz como as princesas que um dia almejou ser! Aliás, ela tem muito em comum com aquelas princesas dos contos de fadas. 
Vejamos... Uma princesa em sono profundo, que espera um príncipe encantado para desperta-lá com um beijo provindo de um amor verdadeiro. De fato, a Bela Adormecida poderia ser um clone da minha princesa. Uma diferença gritante da minha majestade é que ela jamais conseguiria transformar o sapo em príncipe. Portadora de sapo fobia, ela rejeita qualquer passeio se sonhar que tem algum anfíbio no caminho. Princesas modernas são assim, cheias de medos e traumas.
De fato, ela também tem algumas afinidades com a Cinderela. Minha majestade já ficou na janela, chorando e orando muito. Também já foi a uma festa vestida como uma rainha. Entretanto, ela ainda não conseguiu dançar com um príncipe. Mas tem um sapatinho de cristal. Na versão masculina, muitos rapazes disseram ser os donos do sapato, mas o pé de nenhum deles se encaixou no objeto até o momento.
Branca como a neve, com os cabelos negros como o ébano e os lábios vermelhos como o sangue. Fisicamente elas não se parecem, mas a beleza da minha princesa certamente também enfeitiçaria o espelho mágico da madrasta.  Ambas tiveram os sete anões apaixonados. Chapeuzinho vermelho é uma garota alegre e prestativa, assim como a minha princesa. Contudo, a minha majestade jamais conseguiria atravessar o bosque com uma cesta cheia de guloseimas. Aposto que faria um piquenique na floresta e iria se deliciar com a comidinha da vovó sozinha. Ela é verdadeiramente uma gulosa.
Minha princesa seguiu os caminhos da Rapunzel. Também foi trancafiada numa torre alta, sem portas ou escadas. A diferença é que a minha nobre desconhecida não tem sua torre feita de tijolos... Sua morada é construída pela fé. Uma construção também forte e sólida, mas que a afasta daqueles que não têm a coragem para pedir que ela jogue as tranças. Por medo ou respeito, talvez. O fato é que sempre que ela ouviu algum pedido, imediatamente jogou as tranças.
Minha majestade não tem sua vida publicada em nenhuma obra. Porém já é bastante conhecida e famosa. Um reconhecimento que é fruto do seu trabalho. Sim, a minha princesa trabalha e trabalha duro. Tem uma facilidade ímpar de conciliar tarefas, consegue ter tempo para a família, amigos, faculdade, trabalho e especialmente para Deus. Ela já percebeu o mundo com todas as suas cores, e entendeu que até o dia cinza é importante para crescer.
Minha princesa sabe que o príncipe encantado existe, mas ainda não achou a forma, tamanho e número exato. Ela quer ser feliz por toda a eternidade e nos ensina a levantar depois do tombo, nos mostra que não dá para sorrir o tempo todo, no entanto o choro não é nada comparado às felicidades da vida. Ela busca dentro de si todas as expectativas de infância e as traz novamente à superfície... Porque... Os contos de fadas? Existem, sim. E essa princesa se chama Muriele Silva. Feliz do autor que conhecer sua história.

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